A pouco mais de um mês das eleições presidenciais, marcadas para 25 de maio, a população da Ucrânia ainda vive com uma série de dúvidas sobre como acontecerá o pleito. Apesar dos protestos nas regiões sul e leste do país, o governo interino não pretende adiar a votação e estuda qual a melhor forma de realizá-la.
Vitor Sion/Opera Mundi
Praça Maidan, em Kiev, continuara ocupada ao menos ate eleições, segundo manifestantes
“Estamos fazendo de tudo para evitar o adiamento, porque é justamente isso o que querem os grupos pró-russos. O principal problema é que não sabemos se haverá pessoas suficientes para proteger os centros eleitorais”, afirmou Andrei Senchenko, chefe de gabinete da Presidência ucraniana, a Opera Mundi.
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Uma possibilidade estudada pelo governo interino é adiar a votação apenas nas cidades em que os protestos não arrefecerem nas próximas semanas. “As eleições são indispensáveis para que nosso país se fortaleça frente às ameaças russas. Se o leste continuar do jeito que está, podemos realizar o pleito lá apenas posteriormente”, explica Mustafa Gemilev, membro do partido governista Fatherland, que assumiu o poder depois da deposição de Viktor Yanukovich e defende o acordo com a União Europeia.
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No entanto, caso esse plano seja colocado em prática, Kiev teme que os protestos nas regiões pró-russas aumentem, já que a população local seria prejudicada na escolha do próximo presidente do país. Não se sabe, por exemplo, se essas localidades votariam apenas para prefeito ou se o resultado ficaria em suspenso até que todas as regiões votassem. De qualquer maneira, essa decisão criaria um novo balanço de forças, pois, tradicionalmente, o sul e o leste apoiam candidatos mais ligados à Rússia, enquanto a parte ocidental do país defende a aproximação da União Europeia.
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Prefeitura de Kiev está ocupada por manifestantes; governo estuda adiamento de eleições em determinadas cidades
Para tentar garantir a realização do pleito em toda a Ucrânia na mesma data, o governo interino dará continuidade à “operação antiterrorismo” no sudeste do país, mesmo depois do acordo de paz assinado nesta quinta-feira (17/04) em Genebra por Rússia, Estados Unidos e União Europeia.
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Em relação à Crimeia, Kiev admite que será impossível organizar o pleito na península, que aprovou em referendo a anexação à Rússia, e permitirá aos ucranianos que vivem na região votarem nas cidades mais próximas que estão sob controle do país.
A campanha eleitoral na Ucrânia começa oficialmente um mês antes da votação, na próxima sexta-feira, dia 25 de abril.
Mariane Roccelo/Opera Mundi