O último político em poder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) foi libertado na tarde de hoje (5). Sigifredo López era o único sobrevivente de um grupo de 12 deputados federais capturados em 2002. Os outros foram assassinados.
López chegou ao aeroporto de Cali às 14h (18h em Brasília) num helicóptero cedido pelo governo brasileiro, que trazia também a senadora de oposição Piedad Córdoba, que mediou a libertação, e membros da Cruz Vermelha. Abraçou os familiares e gritou “livre, livre!” para as dezenas de pessoas que o aguardavam na pista. Em seguida, dirigiu-se à cidade de Cali, onde falou sobre a morte dos outros deputados e sobre os reféns que ficaram no cativeiro.
Ele disse que os 11 foram mortos pela guerrilha, desmentindo a versão de que a culpa não seria das Farc. “Meus companheiros não mereciam ter sido assassinados, como foram pelas Farc”, disse López, enquanto era recebido por uma multidão na Praça São Francisco. O crime ocorreu em junho de 2007, quando López estava em outro acampamento.
Sobre os 22 militares que ainda estão em poder das Farc, o ex-refém defendeu o acordo humanitário como única possibilidade de libertá-los. Tal acordo pressupõe a troca destes reféns por guerrilheiros presos, mas o governo de Alvaro Uribe se opõe a essa possibilidade.
“Somente há uma possibilidade de trazer com vida os 22 militares que ainda restam na selva e que estão amarrados há 10 anos em árvores”, afirmou. “Quero convidar os colombianos para marcharmos juntos contra o seqüestro como arma política”.
A única versão divulgada antes da soltura de López quanto aos assassinatos é que o computador de Raúl Reyes, dirigente das Farc morto em 2008, continha a informação de que os deputados foram mortos após uma investida do Exército colombiano na região onde estavam.
Resgate complicado
“A aterrisagem foi muito difícil. Não conseguimos pousar e só restou saltar para fora do helicóptero para nos encontrarmos com a guerrilha. Permanecemos por uma hora e meia e depois foi necessário embarcar com a aeronave no ar”, contou a senadora Piedad Córdoba.
De acordo com ela, “o terreno era bastante difícil, mas o momento do resgate foi emocionante, pois todos se abraçaram e choraram”.
A libertação de López é a sexta e última de um grupo de seis homens que as Farc concordaram em soltar em dezembro de 2008. Os outros cinco são o ex-governador Alan Jara, resgatado anteontem, e três policiais e um militar, resgatados no domingo.
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