Uma nova denúncia de um ex-líder paramilitar colocou em questão a administração do ex-presidente da Colômbia Álvaro Uribe (2002-2010). Salvatore Mancuso, também conhecido como El Mono Mancuso, afirmou que o governo de Uribe queria desestabilizar a Suprema Corte do país para, enfim, derrubá-la.
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Álvaro Uribe governou a Colômbia de 2002 a 2010
A estratégia seria parte de um plano contra os juízes que, à época, investigavam as possíveis ligações de membros do governo com organizações paramilitares. Mancuso, que atualmente está preso em uma penitenciária do estado de Virgínia, nos Estados Unidos, foi um dos líderes da AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia), um dos principais grupos paramilitares da Colômbia.
O ex-líder afirmou que recebeu um pedido dos advogados de Mário Uribe (senador), Santiago Uribe (irmão e assessor do ex-presidente) e José Obdulio Gaviria (também assessor de Uribe) para que conseguisse fotos que pudessem incriminar ou colocar os juízes da Suprema Corte em situação constrangedora no país.
“Com essas provas, queriam derrubar a Corte”, acusou o ex-paramilitar, que disse ainda que o governo manifestou o desejo de criar uma nova Corte para substituir aquela que seria derrubada. As denúncias do ex-paramilitar também se referem a contratos que teriam sido assinados com empresários de Córdoba sem que fossem cumpridos “requisitos legais”.
“Entreguei quase um milhão de dólares para esses projetos produtivos […] Fui pessoalmente fazer o pagamento”, completou. O ex-líder se refere a contratos que visavam o desenvolvimento de projetos produtivos para a paz, que eram financiados pelo próprio governo. Segundo ele, todo esse investimento acabou sendo feito de forma arbitrária já que não observou as determinações legais necessárias.
Nova denúncia
Nesta quarta-feira (14/03), a Promotoria Geral do país ordenou a prisão do embaixador colombiano no Peru, Jorge Aníbal Visbal Martelo, que entre 1998 e 2004 foi o presidente da Federação Nacional de Pecuária.
Martelo é acusado de ter se envolvido com paramilitares enquanto exercia a função de Senador, em 2009. À época, o político renunciou por conta do escândalo causado pela denúncia.
Mancuso confirmou em 2010 que havia se reunido por diversas vezes com Martelo para tratar da expansão do raio de ações dos paramilitares no país. Mesmo com as acusações, o atual presidente colombiano Juan Manuel Santos decidiu indicá-lo ao cargo diplomático.
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