As operadoras responsáveis pelo funcionamento das usinas nucleares dos Estados Unidos têm omitido informações à agência reguladora do setor sobre ocorrências de falhas em seus equipamentos.
Esse problema foi apontado no relatório de uma auditoria da NRC (Nuclear Regulatory Commission, ou Comissão Reguladora Nuclear, em português), agência governamental responsável por cuidar de todas as questões relativas à segurança das 104 usinas nucleares em território norte-americano. O documento foi publicado nesta quinta-feira (24/03) no site da agência.
É procedimento obrigatório para essas empresas relatar qualquer malfuncionamento em componentes básicos de seus reatores que possam vir a comprometer a segurança das instalações.
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Durante vistorias realizadas nas usinas norte-americanas entre dezembro de 2009 a setembro de 2010, os inspetores da NRC detectaram ao menos 24 casos em que defeitos identificados pelas operadoras não foram relatados à agência.
Leia a íntegra do relatório no site da agência.
Autocrítica
O documento também levanta questões a respeito dos erros cometidos pela própria instituição, afirmando que os parâmetros de segurança repassados à indústria nuclear norte-americana são “contraditórios e obscuros”.
O relatório também alerta que, caso a NRC não tome providências para aperfeiçoar suas orientações gerais, “a margem de segurança dos reatores em operação pode ser reduzida”.
A equipe da NRC reviu o resumo do relatório, mas optou por não fornecer comentários formais sobre seus resultados.
A NRC é constante alvo de críticas de associações ambientalistas, que questionam os métodos de licenciamento da agência. No dia 10 de março de 2011, anterior ao terremoto seguido de tsunami que devastou o nordeste do Japão – que teve, entre outras consequências a explosão de reatores da usina nuclear de Fukushima Daiichi – , o órgão prorrogou por vinte anos a licença da usina nuclear de Vermont Yankee.
Entretanto, no dia 24 de fevereiro, o Senado do Estado de Vermont decidiu, por larga maioria (26 votos contra 4), pela não continuidade de seu funcionamento.
Em 2007, o então candidato à Presidência dos EUA Barack Obama também fez críticas à NRC, dizendo que ela havia se tornado “refém das empresas as quais deveria regular”, enquanto seu candidato a vice, Joe Biden, afirmava que ela não possuía qualquer credibilidade.
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