A ministra da Saúde da Venezuela, Luisana Melo, afirmou nesta sexta-feira (29/01) que o país registrou até agora 255 casos da síndrome neurológica de Guillain-Barré, condição relacionada à infecção pelo vírus Zika.
“Ontem, tínhamos registros de 255 doentes com a síndrome de Guillain-Barré e, dentre eles, 55 estão na unidade de cuidados intensivos”, disse a ministra à emissora estatal VTV.
Agência Efe
Caracas realizou jornada de fumigação contra o mosquito Aedes egypt na última quinta-feira
A síndrome de Guillain-Barré afeta o sistema nervoso e pode causar paralisia muscular e até levar à morte. Especialistas suspeitam que esteja relacionada ao vírus zika como uma reação autoimune do corpo humano, que atacaria as células nervosas ao confundi-las com o vírus.
De acordo com a ministra, foram contabilizados até agora na Venezuela 4.500 casos suspeitos de infecção pelo vírus Zika. Ela descartou a ocorrência no país de casos de microcefalia em bebês associados ao vírus, que se propagou por 24 países americanos e do Caribe.
Ainda de acordo com a ministra, foi concebido “um plano de abordagem com atividades de promoção e prevenção” relativas à doença que será implantado em todo o país. Serão usados de cerca de 70.000 litros de inseticida em pulverizações para combater o mosquito Aedes aegypt, transmissor do vírus.
Alemanha e Peru registram primeiros casos
Também nesta sexta-feira (29/01), o Ministério da Saúde da Alemanha confirmou cinco casos de pessoas infectadas pelo vírus zika no país. Segundo uma porta-voz da pasta, os pacientes contraíram a doença entre outubro e janeiro enquanto visitavam países latino-americanos.
O Peru também confirmou o primeiro registro oficial de zika no país, detectado em um jovem de 17 anos que chegou de viagem da Venezuela e da Colômbia.
Já o governo de Honduras declarou estado de alerta pela disseminação do vírus, que infectou 949 pessoas no país só em janeiro, segundo dados oficiais.
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Alerta mundial
De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde) entre três e quatro milhões de casos de infecção pelo zika devem ser registrados nas Américas. A agência convocou um comitê de emergência sobre a epidemia do vírus zika com o objetivo de determinar a gravidade da epidemia e medidas para controlá-la, além de identificar áreas de prioridade para pesquisas em caráter de urgência, como testes para diagnóstico e o desenvolvimento de vacinas e tratamentos. O encontro será realizado nesta segunda-feira (01/02).
Uma reunião extraordinária do Mercosul também será realizada na próxima semana para discutir o tema. Convocado pela presidente brasileira, Dilma Rousseff, o encontro vai reunir ministros da Saúde de países membros do bloco nesta terça-feira (0202) e também está aberto a países da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) e da Unassul.
Agência Efe
Soldados brasileiros assistem a palestra de preparação para eliminar criadouros do Aedes egypt em São Paulo
Zika no Brasil
A primeira epidemia da doença fora da África, da Ásia e das ilhas do Pacífico começou no Brasil em maio do ano passado. Os sintomas da infecção pelo zika são febre, conjuntivite e dores de cabeça, mas cerca de 80% das pessoas infectadas não apresentam sintomas.
Anteriormente, acreditava-se que o zika tinha poucos efeitos para além da doença nas pessoas infectadas, mas em novembro o Ministério da Saúde brasileiro declarou que o vírus está ligado à ocorrência de microcefalia, uma má-formação fetal em que o bebê nasce com o cérebro menor do que o tamanho considerado normal.
O Brasil confirmou na última quarta-feira 4.180 casos suspeitos de microcefalia no país desde setembro, o que representa um aumento de 7% em relação aos dados divulgados na semana passada. O governo brasileiro anunciou o deslocamento de 220 mil militares, 60% dos integrantes das Forças Armadas, para participar de uma campanha de informação contra o mosquito em cerca de 300 cidades.
*Com informações de Telesur e Agência Lusa