Os venezuelanos vão às urnas neste domingo (20/05) para escolher o próximo presidente do país e deputados regionais. Nicolás Maduro, atual mandatário, busca se reeleger e aparece como favorito na disputa contra o opositor Henri Falcón, ex-militar dissidente do chavismo que é candidato pelo partido Avançada Progressista.
As eleições presidenciais marcam o quarto pleito em menos de um ano na Venezuela, que já votaram para a Assembleia Nacional Constituinte, governadores e prefeitos. Em 19 anos de governo chavista, essa é a 24ª eleição no país. As urnas foram abertas às 6h (7h em Brasília) e serão fechadas às 18h (19h em Brasília).
Maduro construiu sua campanha em uma proposta de “revolução econômica”, prometendo reestruturar as contas do país e aprofundar as bases do chavismo. Entre as medidas, o candidato do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) garante que irá combater o dólar paralelo e colocar à venda a nova moeda virtual, Petro, e prosseguir com as medidas para eliminar três zeros da moeda nacional, o bolívar.
“A reconversão monetária faz parte de um conjunto de medidas para a estabilidade e a paz econômica. Isso não vai acontecer da noite para o dia, quero deixar isso claro para o povo. Tudo o que estamos fazendo agora e vamos continuar depois do dia 20 de maio se somam às ações que nos farão alcançar a estabilidade e a prosperidade”, disse o presidente venezuelano em entrevista coletiva à imprensa no ultimo sábado (12/05).
Ex-militante da Liga Socialista da Venezuela, Maduro foi deputado da Assembleia Nacional Constituinte de 1999, duas vezes deputado da Assembleia Nacional, Ministro das Relações Exteriores e vice-presidente da República até a morte de Hugo Chávez em 2012, quando assumiu a presidência.
Maduro votou na região oeste de Caracas, Escola Bolivariana Miguel Antônio Caro. Enquanto seu principal adversário, Henri Falcón vota no estado Lara, onde governou por oito anos.
AVN
Em 19 anos de governo chavista, essa é a 25ª eleição no país
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Falcón
O candidato de oposição tem planos diferentes para a situação econômica do país. Falcón propõe uma dolarização do salário mínimo venezuelano e afirma que, se eleito, irá recorrer ao FMI (Fundo Monetário Internacional).
“Os preços de tudo o que é vendido hoje no país são calculados a partir do valor do dólar. Por isso, vamos pagar os salários em dólares também. A economia venezuelana necessita de pelo menos 30 bilhões de dólares de empréstimo do FMI para iniciar sua recuperação”, disse Falcón à imprensa.
Em 2012, Falcón fundou o partido Avançada Progressista, fruto da dissidência de organizações políticas de direita e de esquerda, entre eles o Podemos, Pátria Para Todos, Gente Emergente e o PSUV. Inicialmente parte da Mesa da Unidade Democrática (MUD), coalizão de partidos de oposição a Maduro, o partido foi expulso depois que anunciou que participaria das eleições presidenciais de 2018.
Em 2013, foi chefe do comando de campanha do ex-candidato à presidência, Henrique Capriles, do partido Primeiro Justiça, candidato único da MUD naquelas eleições.
AVN
Maduro votou logo cedo, em Caracas
Outros candidatos
Além de Maduro e Falcón, o pleito conta com outros dois candidatos: o pastor evangélico Javier Bertucci e o engenheiro Reinaldo Quijada.
Canditado pela coligação Esperança pela Mudança, Bertucci já foi condenado por contrabando e preso por três dias, quando sua empresa, a Tecnopetrol, tentou entrar na República Dominicana com um cargueiro carregando 5 mil toneladas de diesel. Em 2016, o pastor tambpem foi alvo do escândalo Panama Papers, por possuir ligações ilícitas com o escritório Mossak Fonseca.
O empresário Luis Alejandro Ratti desistiu de disputar as eleições e apoiou Falcón. Já Quijada, dissidente do chavismo assim como Falcón, lança sua candidatura pelo UPP89, partido fundado em 2015, dois anos depois de sair do PSUV por discordar de Maduro.