O Ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Felix Plasencia, anunciou nesta terça-feira (05/10) o retorno de 200 venezuelanos ao país vindos do Chile por meio do programa “Volta à Pátria”, depois que imigrantes sofreram ataques xenofóbicos na cidade chilena de Iquique, no dia 25 de setembro.
“A Venezuela toda os recebe de braços abertos”, declarou Plasencia no Twitter, afirmando que o plano é “uma iniciativa do presidente Nicolás Maduro” de “puro humanismo, solidariedade e amor patriótico em sua máxima expressão”.
Venezuela toda los recibe con los brazos abiertos. El Plan Vuelta a la Patria, una iniciativa del Presidente @NicolasMaduro, es humanismo puro, solidaridad y amor patrio en su máxima expresión iBienvenidos y bienvenidas siempre a su casa, a la Venezuela Bolivariana! #5Oct https://t.co/QzM2Pq4H4f pic.twitter.com/jJGdO4rESo
— Felix Plasencia (@PlasenciaFelix) October 5, 2021
Na saída do Chile por meio do Aeroporto Internacional Arturo Merino Benítez, os repatriados foram acompanhados pelo embaixador venezuelano Arévalo Méndez e pelo vice-ministro para a América Latina, Rander Peña.
Na ocasião, Peña declarou que era um dia importante “simbolicamente” para a América Latina por ser a data de nascimento da chilena Violeta Parra e por ser véspera da morte do poeta Pérez Bonalde, criador da obra “Vuelta a La Patria”, que nomeia o programa bolivariano. “Mãe, aqui estou, venho do meu exílio, venho para dar-vos o que eu não te pude dar um abraço, Caracas, aí estás”, declamou o vice-ministro em referência à obra do poeta.
O Plano Volta à Pátria é um programa criado em 2019 com objetivo de garantir transporte a venezuelanos que imigraram e querem retornar ao país, mas não têm condições econômicas para isso.
Ministério Relações Exteriores da Venezuela/Reprodução
Programa voluntário de retorno à Venezuela existe desde 2019
De acordo com o governo venezuelano, 26.733 pessoas já foram repatriadas, por via aérea, marítima ou terrestre de países como Argentina, Chile, Brasil, Colômbia, Equador, Peru, República Dominicana, México, Espanha, Itália e outros.
“É importante lembrar que a decisão de migrar é voluntária e se dá no exercício do direito à mobilidade que todo ser humano possui”, descreve o site da Venezuela sobre o programa. O portal diz ainda que se trata de um programa voluntário e cujo direito só será concedido uma vez. “Se decidirem deixar o país novamente, têm todo o direito e ninguém vai impedi-los, mas devem saber que o apoio para o retorno só será concedido uma vez”, explica.
Violência contra venezuelanos no Chile
Foi em 25 de setembro que 3 mil chilenos organizaram uma manifestação “anti-imigrantes” para desalojar um acampamento com cerca de 16 famílias venezuelanas, queimando todos seus pertences. No dia seguinte, o presidente Maduro anunciou que reativaria “imediatamente” o programa de repatriação.
Em 24 de setembro, uma sexta-feira, os imigrantes que foram alvos das agressões já haviam sido desalojados pela polícia militar chilena, os Carabineros, quando acampavam na Praça Brasil, no centro de Iquique.
Iquique é considerada uma cidade de trânsito migratório. Segundo a Organização Internacional de Migração (OIM), apenas 18% dos imigrantes que entram no Chile pela fronteira norte permanecem na região, a grande maioria busca viajar até a capital Santiago.
(*) Com Brasil de Fato.