O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, e a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, abordaram nesta quarta-feira (05/02) as perspectivas de reforma da Constituição presidencialista, uma das principais reivindicações da oposição.
Ashton explicou em entrevista coletiva que, durante a reunião de quase duas horas com Yanukovich, foram buscadas vias para a estabilização política da Ucrânia, cenário de protestos antigovernamentais desde o último dia 21 de novembro.
A diplomata europeia chamou a atenção para o fato de que aqueles que recorreram à força não tenham comparecido perante a Justiça.
“Vemos que o nível da violência diminuiu, mas estamos preocupados com o fato de que aqueles que cometeram atos de violência não tenham comparecido perante os tribunais. Queremos ver um processo transparente e independente”, disse.
Ashton acrescentou que Bruxelas está disposta a contribuir na investigação independente dos casos de violência ocorridos durante as desordens em Kiev nas quais morreram quatro manifestantes.
Horas antes, o dirigente opositor Vitali Klitschko deu a Yanukovich duas opções: ou retornar à Constituição promulgada durante a Revolução Laranja de 2004 ou convocar eleições presidenciais e parlamentares antecipadas.
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“Não temos tempo. Falamos de dias e inclusive de horas. Não devemos permitir uma nova escalada do conflito”, advertiu o líder do partido UDAR (acrônimo que se traduz como “Golpe”).
Ashton se reuniu antes com os três líderes da oposição ucraniana, entre eles Klitschko, que assegurou que Bruxelas está disposta a enviar “mediadores de alto nível” às negociações entre ambos bandos.
“Alguém deve presenciar o processo de negociações e registrar todos os acordos e compromissos. A alta representante da UE, a senhora Ashton, assegurou que a Europa está disposta a enviar mediadores de alto nível às conversas entre a oposição e as autoridades”, declarou.
Após conseguir a renúncia do governo em plenário e a derrogação das leis que restringiam a liberdade de expressão e reunião, agora a oposição exige a reforma da Carta Magna para limitar as faculdades de Yanukovich.
O presidente ucraniano deve assistir na próxima sexta-feira (07/02) à cerimônia de inauguração dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, quando se reunirá com seu colega russo, Vladimir Putin.