O presidente legítimo de Honduras, Manuel Zelaya, pediu à população que proteste para pressionar o Congresso a definir ainda hoje sua restituição. O Acordo de San José, assinado por ambos os lados, define que o Congresso é o responsável por definir a volta de Zelaya e que o órgão pode consultar a Suprema Corte.
“Todos os habitantes, mesmo os da União Cívica Democrática, e outros líderes da resistência que ofereceram seu sangue pela democracia, devem se manifestar amanhã [hoje] para que o Congresso não seja a causa do não cumprimento do acordo”, declarou Zelaya a rádio Globo.
“Quinta-feira é um dia crucial (…). O Congresso Nacional tem uma grande função na solução deste conflito e esperamos que o faça de forma responsável e oportuna”, afirmou Zelaya da embaixada do Brasil, onde permanece desde seu retorno ao país, em 21 de setembro passado.
As comissões negociadoras de Zelaya e ditador Roberto Micheletti solicitaram na sexta-feira (30) ao Legislativo que resolva sobre a restituição. O Congresso decidiu, contudo, solicitar a opinião da Corte Suprema de Justiça, do Ministério Público, da Procuradoria e do Comissário Nacional de Direitos Humanos sem dar um prazo para resposta.
Se hoje “o Congresso Nacional não faz a sessão que tem que fazer para reverter este processo e conseguir a paz e a reconciliação nacional, o acordo terá deixado de ser cumprido”, advertiu Zelaya. “Não quero pensar que o Congresso Nacional vai a ser um obstáculo para o cumprimento deste acordo”, acrescentou.
O presidente deposto fez um chamado aos hondurenhos “democratas” a manifestar-se “pacificamente para reverter a interrupção do processo democrático hondurenho e pedir ao Congresso que aja”. No entanto, o presidente alterno da junta direção do Parlamento, Erick Rodríguez, que apoia a restituição de Zelaya, disse a Efe na madrugada de hoje que ainda não tinha sido convocada uma sessão plenária.
Membros da Frente de Resistência contra o Golpe de Estado, que exigem a restituição de Zelaya na presidência, protestaram na noite de ontem (foto abaixo) diante do Congresso para pressionar os deputados a votar reintegração do presidente deposto.
Efraím Salgado/EFE (04/11/2009)
Zelaya também agradeceu a declaração do Departamento de Estado norte-americano de que Washington é favorável a sua restituição. “Obrigado à secretária Hillary Clinton e a todo o Departamento de Estado, ao presidente (Barack) Obama, porque a declaração era necessária”, afirmou.
Zelaya havia solicitado em uma carta a Hillary que os Estados Unidos explicassem sua posição a respeito da situação institucional em Honduras após o acordo assinado pelas partes em disputa na sexta-feira passada.
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