Ainda em escombros e em pleno colapso humanitário desde o fim da última operação israelense em meados de 2014, a Faixa de Gaza é também palco de uma “crise animal”: um dos principais zoológicos da região sofre com falta de financiamento.
A woman plays with two baby lion cubs born in the Rafah Zoo. Gaza once had six zoos pic.twitter.com/zvH96JvpV4
— Tourej Ansari (@tourejansari) 17 fevereiro 2015
Aberto no fim dos anos 90 pela família Jumaa, o zoológico de Rafah foi um dos primeiros locais criados exclusivamente para passeios familiares, mas passa por uma severa crise econômica, com a abertura de outros complexos do gênero e com a falta de recursos no enclave palestino.
Jihad Jumaa é o atual mantenedor do zoológico, cuja entrada custa US$ 0,25 (R$ 0,88) para crianças e US$ 0,75 (R$ 2,65) para adultos. Em entrevista publicada na Al Jazeera nesta segunda-feira (24/08), ele conta que recebe de 80 a 100 famílias por semana, mas que a renda mensal não chega perto de cobrir os custos mensais, que giram em torno de US$ 3.000 (R$ 10.630) para comida, água potável e gerador de energia, em vista dos frequentes cortes de luz em Gaza.
Durante os 51 dias da operação “Margem Protetora”, em que cerca de 2.200 palestinos foram mortos, houve também baixas entre animais. Segundo Jumaa, um tigre, um guaxinim, um canguru, um babuíno e outros mamíferos foram atingidos por foguetes israelenses.
#tropicalBirds Zookeeper at Rafah Zoo in the Gaza Strip w/his gorgeous Macaw parrots Zuma Press pic pic.twitter.com/z41FzCiXnA
— W A L L E N (@Hyacinth39) 11 dezembro 2013
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Esta, contudo, não foi a única vez que o zoológico, que fica a poucos quilômetros entre a fronteira do Egito e de Israel, ficou sob ataque. Em outra ofensiva militar israelense em 2004, muitos animais foram mortos e a família Jumaa demorou quase uma década para reconstruí-lo, colecionando animais a partir do contrabando egípcio.
Com despesas de mais de US$ 700.000 (R$ 2.480.000), a família teve que criar soluções alternativas para manter o zoológico. Uma das saídas foi vender filhotes de leão para uma família de um campo de refugiados, caso ficou conhecido na imprensa internacional em março de 2015.
Em julho, contudo, a ONG internacional Four Paws (“Quatro Patas”) resgatou os animais, em vista que o crescimento dos leões colocava em risco não só os animais, mas os moradores do campo de refugiados.
Four Paws/ Reprodução
Filhotes de leão estavam com dois filhos de Al Jamal, que comprou de Jumaa