O jornalista e escritor Fernando Morais defendeu a liberdade de imprensa e criticou as ações do presidente Michel Temer (PMDB), em um evento organizado pelo PT na semana passada. No seminário “O que a Lava Jato tem feito pelo Brasil”, Morais comparou o panorama atual com a época da ditadura militar no Brasil.
“O governo do postiço Michel Temer vem reproduzindo de maneira quase decalcada o que a ditadura militar fez”, afirmou Morais, referindo-se à censura e intimidação sofrida por jornalistas durante a ditadura, mesmo após o processo de abertura política iniciado no governo do general Ernesto Geisel (1974-1979). Morais, que atuou como jornalista naquela época, declarou que o direito à liberdade de expressão é o “direito da sociedade de se informar da maneira mais plural possível”.
Ricardo Stuckert
Jornalista e escritor Fernando Morais criticou ações de Temer contra imprensa em seminário organizado pelo PT
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O jornalista citou o corte de verbas de publicidade de empresas estatais como uma das primeiras medidas do presidente contra a imprensa independente, além da política de “violência visível” contra jornalistas. Entre os exemplos mencionados, Morais destacou o caso do jornalista Breno Altman, fundador de Opera Mundi, e o de Eduardo Guimarães, responsável pelo Blog da Cidadania, que foram levados coercitivamente para depor na Polícia Federal por ordem do juiz Sérgio Moro.
“Eu tive a honra de ter sido interrogado como testemunha de defesa de Breno. Duas semanas atrás, como não havia nada, nenhuma acusação, era só uma tentativa de intimidação, o que aconteceu? O Breno foi absolvido”, disse. “Michel Temer conseguiu transformar a Polícia Federal, que é um órgão respeitabilíssimo, numa tropa de ‘Tonton Macoutes’”, afirmou, referindo-se à força paramilitar haitiana, criada em 1959, sob ordem de François Duvalier.
Veja na íntegra a exposição de Fernando Morais durante o seminário “O que a Lava Jato tem feito pelo Brasil”: