Às 17h30 desta sexta-feira (31/03), mais de 40 mil manifestantes ocupavam a pista no sentido Consolação da Avenida Paulista, em marcha rumo à Praça da República. Cerca de 30 mil professores e profissionais de outras categorias se encontraram com aproximadamente 10 mil integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). O ato marca posição contra as reformas da Previdência e trabalhista, que tramitam na Câmara dos Deputados.
Para o presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, o ato de hoje tem como objetivo “fazer uma grande mobilização dos movimentos sociais e dos sindicatos contra as reformas. É um esquenta para a greve geral e, ao longo de abril, vamos fazer grandes mobilizações e pressões em cima dos deputados contra as reformas propostas pelo governo ilegítimo do Temer”.
Movimentos organizados da sociedade civil planejam uma grande paralisação para o dia 28 de abril, com atividades ao longo do mês. “Hoje marcamos o início de uma mobilização para um abril vermelho de resistência dos trabalhadores contra ataques do governo Temer”, completa Izzo.
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Mais de 40 mil pessoas foram à avenida Paulista protestar contra reformas de Temer
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O coordenador da Frente Brasil Popular Raimundo Bonfim lembra também que o ato é realizado no mesmo dia em que o país sofreu um golpe civil-militar, que instaurou o regime que durou até 1985. “O objetivo dessa manifestação é primeiro aproveitar o 31 de março, lembrar que hoje faz 53 anos que deram um golpe de Estado pelas forças do exército e da polícia, que jogou o país em um longo período de retirada de liberdade, de direitos civis. Muitas pessoas presas, torturadas e assassinadas. Temos que lembrar essa triste história do país”, pontua.
“E também temos que lembrar que em 2016 sofremos um golpe. Um golpe de outra natureza, mas afastaram a presidenta Dilma sem ela ter cometido um crime de responsabilidade. Então, essa data é histórica para a luta dos trabalhadores e pela democracia. Ao mesmo tempo, estamos dando continuidade à resistência do povo brasileiro, da classe trabalhadora e dos movimentos populares a esse ataque que o governo Temer e a maioria do Congresso está aplicando”, diz. Para Bonfim, a greve geral será o “Dia D”, para derrotar as propostas de Temer.
Josué Rocha, coordenador do MTST, lembra que o projeto de terceirização geral e irrestrita, parte da reforma trabalhista de Temer, aprovado na Câmara, ataca a todos. “Quem tem vínculos ruins de trabalho vai ficar em situação pior. Mesmo os pobres registrados em regime de CLT podem virar PJ (pessoa jurídica). Isso significa menos garantias, sem férias e 13º salário, e maior rotatividade”, afirma.
O presidente do DCE da Fatec, Henrique Domingos, argumenta que as reformas devem atingir especialmente os jovens. “Todas as medidas do Temer vem para afetar de forma mais pesada a juventude. O fim da CLT e da Previdência ataca diretamente quem ainda vai entrar no mercado de trabalho. E todo o período estendido de contribuição por conta da reforma da Previdência vai transcorrer sem qualquer direito trabalhista”, aponta. “Temer destrói a coisa pública e massacra a juventude brasileira que vem se politizando nos últimos tempos.”