Sábado, 14 de junho de 2025
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 A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quarta-feira (11/03) pandemia de coronavírus em decorrência do aumento no número de casos, mortes e países atingidos pela doença. Ao todo, há 118 mil contaminações confirmadas e mais de 4,2 mil mortos. 

Mas o que isso significa? A disseminação mundial, em uma grande área geográfica, de uma nova doença que afeta uma proporção excepcionalmente alta da população pode ser considerada uma pandemia. De acordo com a OMS, o termo é usado com mais frequência em referência à gripe e geralmente indica que uma epidemia se espalhou para dois ou mais continentes com transmissão sustentada de pessoa para pessoa. 

“Pandemia não é uma palavra para ser usada de maneira leviana ou descuidada. É uma palavra que, se mal utilizada, pode causar medo irracional ou aceitação injustificada de que a luta acabou, levando a sofrimento e morte desnecessários”, explicou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, durante entrevista coletiva de imprensa em Genebra. 

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A gravidade de uma doença não é o parâmetro decisivo para uma pandemia ser declarada, mas sim a efetividade com que a doença se espalha. De fato, uma pandemia pode começar com gravidade moderada e se tornar mais grave com a chegada de uma segunda propagação.

Disseminação mundial, em uma grande área geográfica, de uma nova doença que afeta uma proporção excepcionalmente alta da população pode ser considerada uma pandemia

Comune di Venezia

Agentes sanitários da prefeitura de Veneza, na Itália, realizam higienização na cidade

A declaração de pandemia implica que cada país desenvolva um plano de ação e o atualize constantemente com base nas diretrizes da OMS, o que pode incluir medidas para reorganizar os leitos hospitalares, novas instalações de terapia intensiva, compra de medicamentos, além do desenvolvimento e a produção em larga escala de uma vacina, assim como a organização de campanhas de vacinação. 

“Descrever a situação como uma pandemia não altera a avaliação da OMS sobre a ameaça representada por esse coronavírus. Não altera o que a OMS está fazendo e nem o que os países devem fazer”, acrescentou Ghebreyesus. O diretor-executivo do programa de emergências da OMS, Michael Ryan, por sua vez, explicou que a declaração também não significa que a OMS adotará novas recomendações no combate ao coronavírus. 

Para ele, a medida “não é como a de uma emergência internacional – é uma caracterização ou descrição de uma situação, não é uma mudança na situação”. “Não é hora para os países seguirem apenas para a mitigação”, que é uma estratégia de saúde pública que busca cuidar dos doentes e públicos prioritários. 

A Covid-19 é a segunda pandemia deste século, que ocorre 11 anos após a de influenza H1N1, vírus que causou a gripe suína. A última declaração de pandemia da OMS remonta a 2009, quando a gripe H1N1 atingiu cerca de um bilhão de pessoas nos primeiros seis meses, causando a morte de pelo menos 600 mil indivíduos, segundo especialistas. 

Até o momento, a gripe espanhola de 1918 foi a pior pandemia registrada nos últimos anos. Ao todo, pelo menos 50 milhões de pessoas em todo o mundo morreram.