O consumo de cocaína adulterada provocou a morte de ao menos 20 pessoas na periferia de Buenos Aires, de acordo com a polícia. Ao menos outras 49 pessoas estão internadas com diferentes níveis de intoxicação nesta quinta-feira (03/02). A droga teria sido vendida pelo mesmo narcotraficante, na região de Tres de Febrero, na Grande Buenos Aires.
As autoridades argentinas aguardam os exames toxocológicos para saber qual a substância que foi acrescentada à cocaína consumida pelas dezenas de intoxicados nesta região da periferia de Buenos Aires. De acordo com fontes policiais, publicadas pelo diário La Nación, ao menos 16 pessoas morreram e há ainda dezenas de internados.
A polícia na província de Buenos Aires entrou em uma casa à tarde em um bairro pobre de Tres de Febrero, a 40 quilômetros da capital, onde a cocaína suspeita de ter causado as intoxicações foi vendida.
A promotoria de Buenos Aires, que investiga o caso, lançou um alerta público pedindo para que todos que compraram a droga nos arredores da cidade de Buenos Aires joguem a substância no lixo como forma de precaução.
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Cocaína adulterada matou ao menos 20 na Grande Buenos Aires
Os primeiros relatórios oficiais indicam que as vítimas sofreram convulsões e parada cardíaca fulminante. A hipótese é que tenha sido acrescentada à droga algum tipo de forte depressivo do sistema nervoso central.
“Temos o testemunho de uma pessoa que estava consumindo a droga em grupo. Ele disse ter consumido uma pequena quantidade e que parou por se sentir muito. No entanto, os outros membros do grupo continuaram a consumir e três deles morreram”, descreveu Marcelo Lapargo, fiscal da região de San Martín, envolvido na investigação, em entrevista à televisão local TN.
O secretário de segurança de Buenos Aires, Sergio Berni, explicou que é todos os traficantes compram a droga pura e a misturam a outras substâncias para vender. Neste processo, alguns usam substâncias não tóxicas, como o amido de milho, mas “outros acrescentam alucinógenos, e como não há nenhum controle, estas coisas acontecem”.
O responsável, no entanto, evitou responder se as drogas poderiam ter sido adulteradas como parte de uma “guerra” entre grupos diferentes de narcotraficantes.
(Com informações da AFP)