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Na Aula Pública, jornalista Marco Piva explica como a Revolução Sandinista influenciou a América Latina
Diante da impossibilidade do exercício democrático, jovens e setores populares da Nicarágua decidiram por uma opção combativa: a luta armada. Com a criação da Frente Sandinista de Libertação Nacional, o movimento conseguiu aglutinar um sentimento popular por mudanças sociais até alcançar a vitória, em julho de 1979.
O processo deve ser entendido como uma verdadeira revolução. Este termo implica, para além da opção pelas armas, a transformação de antigas estruturas em favor do povo e da democracia. Esta análise, de Marco Piva, jornalista e mestre pelo Prolam-USP, foi um dos temas tratados na Aula Pública Opera Mundi sobre O Legado da Luta Armada na América Latina.
“A palavra revolução tem um significado importante. Ela representa [o momento em que] se desfaz uma estrutura antiga para criar uma nova, dentro dos poderes Judiciário, Executivo e Legislativo. Para chegar à vitória, um caminho muito difícil foi percorrido na Nicarágua. Frente a uma ditadura e à forte repressão, a mobilização foi um dos grandes desafios enfrentados pelos revolucionários. Mas, sem dúvida, o grande legado da Revolução Sandinista é o respeito ao jogo democrático e às instituições”, afirma Piva.
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Assista ao primeiro bloco da Aula Pública com Marco Piva: qual o legado da luta armada na América Latina?
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No segundo bloco, Marco Piva responde perguntas do público da Universidade Metodista, em São Bernardo do Campo
Sobre o atual contexto sociopolítico da América Latina, com vitórias significativas da direita, Marco Piva relembra como a Revolução Sandinista se reorganizou após uma derrota marcante nas eleições de 1990.
“Depois de todo o processo de reconstrução nacional, aconteceu o que ninguém esperava no ano de 1990: A Frente Sandinista de Libertação Nacional perdeu a eleição para a oposição — que defendia um novo alinhamento com os EUA. Depois de tantos anos de luta armada, tiveram que lidar com a vitória de opositores e se reorganizar, respeitando a democracia e o processo eleitoral. E, anos depois, em 2006, o Daniel Ortega voltou a se eleger presidente, cargo que ocupa até os dias atuais. Isso mostra uma dinâmica da história: nada é definitivo. A derrota de hoje, que muitas pessoas lamentam, não significa uma derrota para sempre. Se eu tivesse que fazer um prognóstico sobre o momento atual, diria: a luta continua”, conclui Piva.