O ex-jogador Daniel Alves pagou nesta segunda-feira (25/03) a fiança de 1 milhão de euros (cerca R$ 5,4 milhões de reais) que havia sido definida pela Justiça espanhola na semana passada para que ele pudesse sair da prisão após 14 meses. O ex-atleta brasileiro foi condenado a quatro anos e meio de cárcere privado por estupro.
Segundo a imprensa espanhola, a defesa de Daniel Alves levou cinco dias para juntar o valor da fiança e o tribunal, por meio do departamento de Comunicação, confirmou ter recebido o montante, que deve permitir ao jogador deixar o Centro Penitenciário Brians 2, em Barcelona, onde está preso.
No entanto, além do pagamento da fiança, a liberdade provisória do ex-jogador, está condicionada a uma série de medidas cautelares: a retirada de seus dois passaportes (brasileiro e espanhol); a obrigação de se apresentar semanalmente ao tribunal em Barcelona; a proibição de sair da Espanha, além da proibição de se comunicar e de se aproximar da vítima a menos de mil metros.
De acordo com a decisão do Tribunal, o jogador poderá acompanhar em liberdade provisória os recursos apresentados contra a condenação.
Entenda o caso
O Tribunal de Barcelona anunciou em 22 de fevereiro a condenação de Alves a uma pena de quatro anos e seis meses de prisão por estupro de uma mulher. O crime aconteceu em 2022 no banheiro de uma boate de Barcelona.
O jogador negou ter cometido o crime até o final. Ele foi condenado ainda à pena de inabilitação especial por exercício de emprego, cargo público, profissão ou comércio relacionado com menores por cinco anos após cumprimento da pena.
Na época, a promotora Elisabet Jiménez considerou que a vítima apresentou uma “história absolutamente crível” desde o início das investigações. Também destacou que Alves usou a “violência” para forçar a jovem, que “fez o que pôde” para tentar fugir do banheiro da boate onde ocorreu o crime.
Após ter negado os fatos e ter alegado que não conhecia a mulher que o acusava, o jogador mudou várias vezes de versão. A estratégia da defesa foi alegar que Alves havia consumido bebida alcoólica excessivamente, o que é considerado um atenuante na Justiça da Espanha.
O Ministério Público, que desde o início das investigações conferiu credibilidade ao relato da vítima, havia solicitado uma pena de nove anos de prisão para o brasileiro. A defesa, no entanto, insistiu na absolvição, e indicou que recorreria da decisão anunciada em fevereiro.