A taxa de natalidade no Japão baixou pelo sexto ano consecutivo em 2017 e a nação conta hoje com menos de um milhão de recém-nascidos. Fato inédito desde 1899, que marca o início dessas estatísticas no país.
O Japão tem a segunda taxa de natalidade mais baixa no mundo, ficando atrás apenas da Coreia do Sul: 1,4 filho por mulher. Em 2017, o país chegou a 944 mil nascimentos, ficando abaixo do teto de um milhão.
De acordo com um pesquisador da universidade de Tohoku, o Japão tem menos uma criança a cada 100 segundos e, se esse ritmo continuar, o país não terá nenhuma em 3011. Desde 2008 o número de mortes é superior ao de nascimentos. Somente nesse ano, o Japão perdeu o equivalente a uma cidade média, ou seja, cerca de 400 mil habitantes.
País de robôs
Para lutar contra essa queda no número de nascimentos, o governo anunciou a criação de um serviço de creche exclusivo para famílias de baixa renda. A cidade de Tóquio também deve assegurar a gratuidade da educação dessas mesmas crianças até a universidade.
Apesar das estatísticas impressionantes, o primeiro-ministro Shinzo Abe se mantém otimista: a queda da taxa de natalidade e a diminuição da população não são um mal, em sua opinião. Ele diz confiar na robótica e na inteligência artificial para reforçar a produtividade do país. Conservador, Shinzo Abe nem menciona a possibilidade de abrir as fronteiras aos estrangeiros para solucionar o problema.
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Toshihiro Gamo/Flickr/CC
Tóquio, capital do Japão: taxa de natalidade no país é a menor desde 1889
(*) Da RFI