A população de Freetown, capital da Serra Leoa com mais de 1 milhão de habitantes, foi atingida na noite de domingo para segunda-feira da semana passada por um devastador deslizamento de terras. Uma encosta na área de Regent colapsou, após três dias de chuvas intensas, deixando inúmeras casas submersas em lama. Até o momento, já foram contabilizados 499 mortos e cerca de 600 desaparecidos. As expectativas de encontrar mais alguém com vida são praticamente nulas.
A destruição das casas deixou mais de dois mil desabrigados, faltam alimentos e água potável e a possibilidade dos fluidos das vítimas que ainda não foram devidamente enterradas contaminarem as águas preocupam as autoridades.
“Estamos fazendo tudo o que podemos para garantir que a cólera não apareça”, afirmou Samuel Turay, funcionário do Ministério da Saúde.
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Segundo a Cuz Vermelha ainda há 600 desaparecidos no país
A situação das crianças separadas das famílias, ou daquelas que perderam todos os seus familiares, é especialmente preocupante. A organização sem fins lucrativos World Hope Internacional encontra-se no país para tentar impedir que estas crianças sejam encaminhadas para redes de tráfico.
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Na semana passada, o presidente da Serra Leoa, Ernest Bai Koroma, sinalizou que as equipes de resgate do país estão sobrecarregadas e pediu “ajuda urgente” à comunidade internacional.
Milhares de pessoas continuam a viver em áreas de risco
Segundo a Anistia Internacional, “embora as enchentes sejam desastres naturais, a escala da tragédia humana em Freetown é, infelizmente, em grande parte causada pelo homem”, dado o elevado número de pessoas que continuam a viver em áreas de risco.
Os especialistas alertam que a ameaça de deslizamentos cresce na África Ocidental e Central, face ao aumento da precipitação, do desmatamento florestal e do aumento das populações urbanas.