Madame de Pompadour, nascida Jeanne Antoinette d’Etiolles Poisson, em 29 de dezembro de 1721, em Paris, foi uma das mulheres mais extraordinárias, cultas e influentes do século XVIII. Inteligente, encantadora, bela, mas, ao mesmo tempo, calculista, via seu papel como o de uma secretária confidencial do Rei Luís XV.
Jeanne ingressou em 1726 num convento das Ursulinas para começar seus estudos. Aprendeu canto, dança, teatro, desenho, gravura e literatura. Em 7 de março de 1741 casou-se com Charles le Normant D’Etiolles, filho do tesoureiro da Moeda e sobrinho do general Charles-François le Normant.
Começou a dedicar-se à política e a colocar amigos no poder. O Duque de Choiseul, um competente governante, era seu amigo. Contudo, a opinião pública ficava irritada por ver uma amante dedicar-se à grande política. Foi acusada de ser a responsável pela inversão das alianças tradicionais, ao aliar-se à Áustria e entrar em guerra com a Prússia de Frederico, o Grande.
Mulher de bom gosto, envolveu-se com personagens importantes das finanças e da política e passou a exercer um verdadeiro mecenato. Acolheu escritores no mezanino de seu médico, reconciliou Voltaire com o rei, que lhe conferiu o título de historiógrafo e fidalgo da câmara real. Os artistas multiplicam seus retratos: Latour, Nattier, Van Loo, dentre outros.
Em 1753, por volta do Natal, a marquesa adquiriu o Hôtel d’Evreux, conhecido atualmente por Palácio do Eliseu, sede do governo francês. Ela herdaria essa propriedade de Luis XV.
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Marquesa reuniria em seu círculo de amizades as principais autoridades da época e interferiria até mesmo na política externa
Madame de Pompadour tinha 42 anos no mês de fevereiro de 1764. Não gozava de boa saúde e tinha frequentes problemas cardíacos. Em 29 de fevereiro, os médicos diagnosticam pneumonia. Em 10 de março seu caso é considerado perdido. Em 24 de março, após breve melhora, retornou a Versalhes. Na noite de 7 de abril teve uma recaída e mal conseguia respirar.
Em 14 de abril, Madame de Pompadour mandou anexar um codicilo ao testamento que ela tinha redigido sete anos antes. Deu adeus ao rei e o padre de La Madeleine lhe prestou a extrema-unção. No dia seguinte, pela manhã, reuniu forças para receber seu irmão, Abel Poisson, marquês de Marigny, legatário universal de sua imensa fortuna. Às 19h30 desse mesmo dia, falece.
(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016.