O Exército dos Guardiões da Revolução Islâmica responsabilizou nesta quarta-feira (07/06) os Estados Unidos e a Arábia Saudita pelos atentados reivindicados pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI) em Teerã, que deixaram pelo menos 12 mortos nesta manhã.
Em um comunicado, a corporação de elite do Exército iraniano lembrou que os ataques foram registrados após a reunião recente em Riad, a capital saudita, entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com “um dos governos reacionários (Arábia Saudita) que sempre apoiou os terroristas takfiris”.
“A opinião pública (…) considera isto muito significativo e a reivindicação de autoria do EI como uma evidência de que (EUA e Arábia Saudita) estiveram envolvidos neste ato brutal”, que teve como alvo o parlamento e o mausoléu do aiatolá Khomeini.
A Guarda Revolucionária afirmou que não deixará “sem vingança o derramamento de sangue inocente” e que “não descansarão por nenhum instante na luta contra o terrorismo”. Além disso, o grupo acrescentou que, com a ajuda da polícia, conseguiu matar todos os envolvidos nos atentados perpetrados na cidade.
Washington lamentou o atentado, mas não respondeu às acusações da Guarda Revolucionária.
Os terroristas – seis no total – entraram no parlamento e no mausoléu armados com fuzis AK-47, pistolas e explosivos. Dois deles detonaram as bombas que carregavam junto ao corpo durante a ação.
Pelo menos 12 pessoas morreram e 42 ficaram feridas nos ataques, segundo o diretor do Serviço de Emergência do Irã, Pir Hosein Kolivand, e o Ministério do Interior.
Cooperação internacional
O presidente iraniano, Hassan Rouhani, afirmou nesta quarta que Teerã vai “derrotar o terrorismo com unidade” e pediu “cooperação internacional e regional”. “A mensagem do Irã, como sempre, é que o terrorismo é um problema mundial, por isso é necessária uma aliança global para a luta contra o extremismo e a violência”, disse o presidente em comunicado.
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Agência Efe
Prédio do Parlamento iraniano foi um dos alvos dos ataques reivindicados pelo Estado Islâmico
Para Rouhani, os ataques foram “atos cegos e covardes de mercenários terroristas” contra pessoas inocentes. Esses atentados fortalecem, segundo o presidente, a unidade do povo persa e “sua determinação na luta contra o terrorismo”.
Repercussão internacional
O presidente da Rússia, Vladmir Putin, lamentou o atentado. “O chefe do Estado russo condena categoricamente estes crimes, que demonstram uma vez mais a necessidade de reforçar a cooperação internacional na luta contra o terror e confirma a disposição da Rússia para prosseguir com ações conjuntas com os parceiros iranianos nesta direção”, diz uma mensagem do líder russo, divulgada pelo Kremlin.
A Turquia também condenou o ataque. “Fomos informados com tristeza que a Assembleia Islâmica do Irã e o mausoléu do Aiatolá Khomeini em Teerã sofreram nesta manhã um ataque terrorista e que há pessoas que morreram e ficaram feridas nestes ataques”, diz comunicado divulgado pela chancelaria do país.
“Condenamos estes ataques atrozes, desejamos que Deus tenha na sua glória os que perderam a vida e transmitimos as nossas condolências tanto ao povo do Irã como ao governo”, afirma o texto.
Em nota, o Ministério de Relações Exteriores da Síria condenou “categoricamente” os atentados. “A Síria adverte aos países que estão por trás de tais ações das consequências de continuar financiando e armando as organizações terroristas e da expansão do extremismo e da ideologia 'takfiri' pelo envolvimento na segurança da região e do mundo”, disse Damasco.
Os EUA se manifestaram por meio de um comunicado do Departamento de Estado. “Os Estados Unidos condenam os ataques terroristas de hoje em Teerã. Expressamos nossas condolências às vítimas e às famílias, e compartilhamos os nossos pensamentos e orações com o povo do Irã”, disse em um comunicado a porta-voz do órgão, Heather Nauert. “A depravação do terrorismo não tem cabimento em um mundo pacífico e civilizado”, acrescentou.