O governo da China anunciou nesta sexta-feira (02/11) que seu sistema de saúde não utilizará mais órgãos de prisioneiros executados a partir do início de 2013. Nessa data, o país prevê implementar um novo sistema nacional de doações.
Em entrevista à edição de novembro do boletim da OMS (Organização Mundial da Saúde), o oficial de saúde Wang Haibo reconheceu que “um sistema de transplantes que seja alimentado em sua maior parte por órgãos de prisioneiros executados não pode ser considerado ético ou mesmo sustentável”.
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Wang também revelou uma parceira do governo com a Cruz Vermelha chinesa, que elaborou um projeto piloto de doações de órgãos para 16 regiões do país. “Agora há um consenso [na China] de que o novo sistema irá descartar sua dependência de órgãos de prisioneiros executados”.
O Ministério da Saúde da China indicou Wang para liderar a elaboração do novo sistema, que, segudo o governo, deve ser “justo” e “eficiente”. “A implementação do novo sistema ocorrerá no máximo no início do próximo ano e será marcada pelo esquecimento de nossas velhas práticas”.
A agência oficial Xinhua conversou com o vice-ministro da Saúde, Huang Jiefu, que também oficializou que o transplante de órgãos de prisioneiros executados será abolido em um prazo máximo de cinco anos. A seu ver, isso incentivará que mais cidadãos doem seus órgãos.
O programa de transplantes chinês é há muito tempo criticado por não ser transparente e possuir fins lucrativos. Seus maiores opositores alegam que prisioneiros que aguardam a execução são pressionados pelo governo a tornarem-se doadores. Isso supostamente violaria convicções pessoais ou mesmo religiosas de cada um, dos condenados.