O presidente do governo italiano, Mario Monti, declarou neste sábado (08/12) ao Chefe de Estado, Giorgio Napolitano, que não considera ser possível completar seu mandato e, por isso, deverá apresentar sua renúncia após a aprovação da Lei de Orçamentos, informou a Presidência em nota.
Após mais de duas horas de reunião, a Presidência da República comunicou que Monti tomou essa decisão “após as declarações de ontem do secretário-geral do Povo da Liberdade (PDL), Angelino Alfano, as quais representam uma categórica perda de confiança no governo e em sua linha de ação”.
Na última quinta-feira, o PDL de Silvio Berlusconi não votou duas questões de confiança apresentadas pelo Executivo de Monti, que queria aprovar medidas econômicas. Embora a aprovação tenha saído, o partido conservador retirou seu apoio ao Executivo.
Posteriormente, no Parlamento, Alfano declarou que seu partido “dava por terminado o governo de Mario Monti”, embora tenha assegurado que, mesmo assim, acreditava em um final de mandato tranquilo.
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Segundo a Presidência da República, Monti deverá comprovar se as forças políticas estão dispostas a aprovar os dois projetos de lei que regulam o Orçamento Geral e, após se consultar com o Conselho de ministros, oficializar sua irrevogável renúncia.
A nota emitida pela Presidência também menciona as graves consequências de uma crise de Governo, também em nível europeu, se essas leis de Orçamentos não forem aprovadas.
Além da reunião com Monti, o Presidente da República manteve consultas informais com os líderes das principais formações políticas do país ontem.
Segundo a imprensa italiana, essas reuniões foram convocadas para a elaboração de “um roteiro” para acabar esse mandato sem caos e com uma pequena antecipação das eleições para o dia 10 de março de 2013, já que esta seria realizada somente em abril.
No entanto, ninguém poderia prever esse anúncio de renúncia por parte de Monti, o que muda a situação, assim como a possibilidade de aprovação de outras medidas ou a de uma mudança na lei eleitoral.
O anúncio de renúncia de Monti vem à tona no mesmo dia em que Silvio Berlusconi confirmou sua candidatura às próximas eleições.