Atualizada às 12h34
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, chegou na madrugada desta segunda-feira (10/12) a Havana, onde deve iniciar um novo tratamento contra o reaparecimento de “algumas célular malignas”. Ele, que luta contra um câncer na região pélvica desde 2011, anunciou neste domingo (09/12) que dentro dos próximos dias, irá se submeter a uma cirurgia.
Chávez foi recebido no aeroporto internacional José Martí pelo presidente cubano, Raúl Castro. O ministro das Relações Exteriores do país, Bruno Rodríguez Parilla, também compareceu para recepcionar o presidente venezuelano.
Durante pronunciamento em cadeia nacional no palácio Miraflores, Chávez admitiu que toda operação “apresenta riscos” e reconheceu a possibilidade de não terminar o atual mandato nem assumir o próximo, que terá início no dia 10 de janeiro de 2013. Reeleito no dia 7 de outubro com com 55% dos votos, o presidente indicou o vice-presidente e chefe do Ministério de Relações Exteriores, Nicolás Maduro, como nome para uma hipotética nova eleição presidencial.
“Se, como diz a Constituição, ocorrer algo que me inabilite para continuar no comando da Presidência, seja para terminar os poucos dias restantes e, especialmente, para levar o novo período, (…) Nicolás Maduro deve concluir o período (presidencial)”, afirmou ele. “Aconteça o que acontecer vamos continuar tendo pátria”.
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Sua viagem à Havana para uma nova intervenção cirúrgica foi aprovada, por unanimidade, pela Assembleia Nacional do país neste domingo (09/12). “Comandante, vá tranquilo a Cuba para se curar, porque aqui o espera seu povo, que o ama e reza pela sua recuperação”, afirmou o presidente da assembleia, deputado Diosdado Cabello.
O anuncio de Chávez acontece às vésperas das eleições regionais na Venezuela, marcadas para 16 de dezembro, e pode alterar o quadro político nacional.
Apoio
Nesta segunda-feira (10/12) a partir das 12 horas (no horário da Venezuela), terá início um tuitaço mundial de solidariedade ao presidente venezuelano sob o hashtag #ElMundoEstaConChavez”. A ideia veio do ministro do Poder Popular para a Comunicação e Informação do país, Ernesto Villegas, que convocou o apoio de pessoas de todas as partes do mundo por meio de sua conta no Twitter.
Chávez, que recebeu o apoio de líderes venezuelanos e mundiais e de centenas de venezuelanos que saíram as ruas, também ganhou a lealdade das Forças Armadas do país. O alto comando militar venezuelano jurou que vai garantir “com nossa própria vida a pátria socialista” no período em que o chefe de Estado estiver em Havana.
“Reiteramos que somos fiéis à sua pessoa, à revolução e ao povo”, afirmou o ministro da Defesa, almirante Diego Molero, por meio de um comunicado divulgado neste domingo (09/12). “De joelhos na terra pelo senhor, meu Comandante Presidente!”, enfatizou o militar.
Desde o golpe de Estado contra Chávez, em abril de 1992, a Venezuela convive com o temor de novas tentativas de derrubada do presidente. Com o anúncio de que células cancerígenas surgiram em exames e que, caso Chávez seja impossibilitado de exercer a presidência, seu sucessor seria o chanceler e vice-presidente Nicolás Maduro como seu antecessor, o receio de que a institucionalidade no país possa ser abalada ressurgiu.
Ainda não existem informações sobre a previsão do fim do tratamento de Chávez em Cuba.
*Com informações da emissora Telesur e AVN