A visita do Papa Francisco ao Brasil, que começa nesta segunda-feira (22/07), já repercute ao redor do mundo. O pontífice aproveitou-se dos ecos da chegada ao Rio de Janeiro para expressar sua opinião acerca de problemas que a sociedade moderna enfrenta na atualidade.
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“Esta primeira viagem é para encontrar os jovens, que quero encontrar não isoladamente, mas no meio do tecido social. Em sociedade, já que, quando isolamos os jovens, lhes fazemos uma injustiça, pois lhes tiramos a (sensação de) pertinência”, acrescentou o papa.
Agência Efe
Papa Francisco embarca em Roma em direção ao Brasil
O pontífice argentino, no entanto, concentrou suas palavras na crise mundial. Ele afirmou que os problemas econômicos “estão causando muitos prejuízos aos jovens e que se corre o risco de que haja uma geração que nunca teve trabalho”.
“A crise mundial não gerou boas coisas para os jovens. Na semana passada, examinei a porcentagem de jovens sem trabalho. Corremos o risco de ter uma geração que jamais teve um trabalho”, disse o pontífice, que vem ao Rio na sua primeira viagem internacional no cargo, para participar da Jornada Mundial da Juventude.
Além disso, o pontífice acrescentou “que, infelizmente, estamos acostumados nesta sociedade atual à cultura do desperdício” e explicou que “com os idosos se pratica essa cultura e que agora também está se fazendo (isso) com os jovens”.
“É preciso acabar com esta cultura (desperdício) e trocá-la pela cultura da inclusão e do encontro. É preciso fazer um esforço para chegar a todos, à sociedade, e este é o sentido da minha visita: levar os jovens à sociedade”, disse.
Segundo informações da Agência Efe (que junto com outras agências entrevistou o Papa no avião que o traz ao Brasil), Francisco acrescentou que “os jovens pertencem a uma família, uma pátria, uma cultura e uma fé e é preciso manter essa pertinência. Eles são o futuro de um povo, porque têm a força, a juventude e vão adiante”, e lembrou que “no outro extremo da vida, estão os idosos”.
O líder máximo da Igreja Católica terá agenda cheia desde o desembarque, nesta tarde, na Base Aérea do Galeão, quando será recebido pela presidenta Dilma Rousseff. Além disso, terá encontro com diversas autoridades brasileiras e com a população carioca, nas ruas do Rio de Janeiro.
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Segundo informações da Agência Brasil, em nome dos mais de 70 jornalistas que viajam no voo papal, a jornalista mexicana Valentina Alazraki, a mais velha dos repórteres a bordo, agradeceu ao papa por suas palavras e depois disse: “sabemos que os jornalistas não são santos de sua devoção, mas também não somos tão ferozes” e lhe entregou em nome de todos uma estátua de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América, para que o acompanhasse durante a viagem.
Quando acabou o encontro com a imprensa, o papa pediu aos jornalistas que o ajudassem “para o bem da sociedade, dos jovens e dos idosos”. E lembrando o profeta Daniel e em referência aos jornalistas brincou: “Vi os leões, mas não são tão ferozes”.