A agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou nesta sexta-feira (08/11) a nota de crédito da França de AA+, de AA, com perspectiva estável. A S&P considerou que as reformas tributárias do governo francês dificilmente aumentarão substancialmente as projeções de crescimento no médio prazo e com curta margem para sanear contas públicas. A avaliação foi duramente criticada pro membros do governo.
Em comunicado, a S&P explicou que “é pouco provável que o atual foco do governo”, com todas suas reformas, “melhore de forma substancial as perspectivas de crescimento a médio prazo”.
“Além do mais, nós vemos a flexibilidade fiscal da França limitada por sucessivas medidas do governo para aumentar os já elevados níveis tributários.” A S&P também alertou para a inabilidade do governo para reduzir significativamente os gastos públicos.
A possibilidade de rebaixá-la outra vez ou de subi-la nos próximos dois anos é inferior a 33%.
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O alto desemprego também está enfraquecendo o apoio para medidas fiscais e estruturais significativas, disse a agência. Segundo o comunicado, as medidas implantadas desde novembro de 2012 não reduziram significativamente o problema. A taxa de desemprego seguirá acima dos 10% até 2016, frente a uma média de 8-9% antes de 2012, e advertiu que o nível atual de desemprego “reduz o apoio popular a favor de novas reformas estruturais”.
“Em nossa visão, os atuais níveis de desemprego estão enfraquecendo o apoio para mais medidas fiscais e reformas microeconômicas, e estão deprimindo as perspectivas de crescimento de longo prazo”, afirmou a S&P, que prevê um crescimento real próximo a zero neste ano, seguido por uma recuperação cíclica para uma média próxima a 1% entre 2014 e 2015.
O cenário estável reflete a expectativa de que o governo está comprometido em limitar a dívida líquida do governo, que deve atingir o pico de 86% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2015, disse a S&P.
Protesto
O ministro das Finanças da França, Pierre Moscovici, criticou o rebaixamento, afirmando que a decisão da agência foi baseada em julgamentos “imprecisos”. “Nunca antes um governo realizou tantas reformas em tão curto período de tempo e em um ambiente tão desafiador”, afirmou.
Segundo ele, mesmo com a redução, a dívida francesa continua entre as mais seguras da zona euro. “A França segue tendo um crédito sólido e financiará sua dívida com um dos juros mais atrativos do mundo”, assegurou o ministro ao ser perguntado sobre o aumento registrado nos juros que seu país vai ter que pagar por essa dívida.