O governo interino do Egito deu à polícia nesta quinta-feira (21/11) o poder de entrar nos campi das universidades para reprimir protestos sem pedir permissão prévia, depois que um estudante foi morto em confrontos na última madrugada.
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Estudantes que apoiam as novas autoridades militares e estudantes que são contra o governo atual se enfrentam regularmente no Cairo e em outras cidades egípcias desde a deposição do presidente Mohamed Mursi, em 3 de julho. O governo interino de Adly Mansour diz que, agora, os policiais podem entrar nos campi “sem pedir permissão em caso de ameaças e para combater protestos que possam prejudicar os alunos”.
Agência Efe
Manifestantes partidários e opositores do novo governo se enfrentam nas ruas do Cairo: confrontos ocorrem regularmente desde julho
Anteriormente, a polícia precisava obter permissão do procurador-geral ou de autoridades das universidades antes de entrar nos campi ou nos dormitórios para lidar com manifestantes ou brigas. A mudança foi feita depois da morte de um estudante no comçeo desta quinta-feira na Universidade Al-Azhar, no Cairo. Ele foi atingido por tiros no peito e no pescoço durante um confronto entre partidários e opositores de Mursi.
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Enquanto isso, um tribunal na capital do Egito sentenciou 38 estudantes da Al-Azhar a passar 18 meses na prisão por “participar de atos de violência” no campus em outubro, segundo a agência de notícias Mena.
A iniciativa do governo de aumentar o poder da polícia e dos militares tem como intenção ajudá-los a “combater o terrorismo”, de acordo com a Mena. Mais cedo, um policial foi morto no norte do Cairo durante uma missão para prender militantes suspeitos de assassinar uma autoridade de segurança no domingo (17).
A Mena afirmou ainda que o governo decidiu rever as recentes cidadanias oferecidas a estrangeiros, referindo-se principalmente ao período de quase três anos desde a deposição de Hosni Mubarak em fevereiro de 2011. A mídia local disse anteriormente que o governo de Mursi havia intensificado os esforços para conceder nacionalidade egípcia aos palestinos morando no país.