O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou neste domingo (12/05) que Israel não possui um “plano confiável” para proteger 1,4 milhão de civis palestinos em Rafah, sul da Faixa de Gaza. Ele alertou ainda que um ataque israelense poderia fortalecer os combatentes do Hamas na região.
“Israel está potencialmente em uma trajetória que levará o país a herdar uma insurgência com muitos combatentes armados do Hamas, ou a deixar um vácuo que será preenchido por caos, anarquia e, provavelmente, pelo próprio Hamas”, declarou Blinken à emissora de TV nortea-mericana NBC.
Blinken afirmou à NBC que combatentes do Hamas estão voltando ao norte de Gaza, região que Israel declarou ter desocupado, e que um ataque a Rafah pode terminar em “ferimentos terríveis aos civis”.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) ordenaram a evacuação de bairros no leste de Rafah neste sábado (11/05) por meio de despejo de panfletos, postagens em redes sociais e mensagens SMS.
A ordem é que a população a se desloque para uma “zona humanitária estendida”, que já sofre com falta de água e alimentos, segundo o jornal The Guardian.
Segundo a emissora de TV CNN, os Estados Unidos suspenderam na última semana o envio de bombas para Israel. O motivo seria o risco de uso potencial dos armamentos em Rafah, conforme informou uma autoridade americana.
O presidente Joe Biden já havia afirmado que poderia suspender o envio de armamentos caso o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prosseguisse com o ataque a Rafah, que virou um reduto de palestinos fugidos dos bombardeios de Israel.
300 mil palestinos já deixaram Rafah, diz ONU
A Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA) afirmou que cerca de 300 mil palestinos fugiram de Rafah até a madrugada deste domingo (12/05). A cidade foi usada como refúgio pela população desde o início da ofensiva militar israelense contra a Palestina.
A ONU condenou o deslocamento forçado dos palestinos em Rafah e declarou que se opõe à prática.
Na semana passada, o exército israelense tomou a fronteira de Rafah com o Egito, forçando o deslocamento de centenas de pessoas.