O Fundo Monetário Internacional (FMI) emitiu nesta segunda-feira (13/05) um parecer no qual afirma seu apoio à política de ajustes ultraliberais impulsionada pelo governo do presidente Javier Milei.
Segundo o informe da instituição financeira, “os resultados foram melhores do que o esperado, todos os critérios de desempenho do primeiro trimestre foram excedidos, por isso o corpo técnico do FMI e as autoridades argentinas chegaram a um entendimento sobre as políticas para continuar a fortalecer o processo de desinflação, reconstituir as reservas internacionais, apoiar a recuperação e manter o programa firmemente no caminho certo”.
O documento foi apresentado por uma equipe técnica do FMI chefiada pelos economistas Luis Cubeddu e Ashvin Ahuja.
O Ministério da Economia da Argentina, solicitou o desembolso de cerca de US$ 800 milhões de dólares por parte da entidade financeira, e recebeu, como resposta, que a equope técnica concorda com o envio desses recursos, mas que a aprovação final depende de uma decisão que será tomada pelo Conselho de Administração do organismo, “que se reunirá nas próximas semanas”.
O parecer do FMI contrasta com as consequências reais do pacote ultraliberal de Milei na economia do país, como a inflação em disparada, o aumento do desemprego e a crise de financiamento nas escolas, universidades e hospitais públicos, que já resultaram em ao menos duas greves gerais e duas massivas manifestações contra um presidente que tem apenas cinco meses de mandato.
Nos últimos 30 dias, o governo de Milei enfrentou ao menos dois protestos massivos contra as medidas ultraliberais do governo. Um deles foi a marcha do dia 23 de abril, que reuniu mais de um milhão de pessoas em Buenos Aires, além e outras dezenas de milhares em outras capitais de província do país.
A outra iniciativa popular contra o governo ocorreu nesta quinta-feira (09/05), com a greve geral que paralisou quase toda grande Buenos Aires. Foi a segunda greve geral contra Milei: a primeira aconteceu em janeiro deste ano.