Agência Efe
A seis dias das eleições municipais na Venezuela, o presidente Nicolás Maduro anunciou na segunda-feira (02/12) um “decreto especial” para equilibrar o mercado automobilístico e baixar seus preços. O objetivo é “favorecer os trabalhadores e a classe média”, segundo o líder. Ele também ampliou o plano de Poupança Familiar e Nacional do país.
Nos próximos anos, segundo Maduro, a Venezuela deverá ampliar a capacidade de produção de veículos. “A Venezuela tem uma capacidade ampla de fabricação de veículos. Estamos prontos com os investimentos que estamos fazendo para duplicar [a produção] nos próximos três ou quatro anos. Tomaremos ações na produção de veículos e na fiscalização desse processo”, explicou o presidente. O decreto, segundo ele, deverá fiar pronto em 24 horas.
Segundo Maduro, a medida “é uma flexibilização que considerei necessária, como medida de mercado, para obrigar a queda dos preços e facilitar novos mecanismos de investimento em moneda esrangeira nas contas da Venezuela”.
Leia mais:
Maduro acusa EUA de intervir no processo eleitoral de Honduras
“Quem rouba quando uma família de classe média guarda dinheiro para ter um carro e o que consegue comprar é um [veículo] usado que custa o dobro de um novo? Ou quando produzimos um e uma máfia o vende três vezes mais caro?”, questionou Maduro no domingo (01), em discurso transmitido pela TV.
Leia mais:
Conheça oito fatos marcantes sobre integração regional na América Latina
“A quem roubam? A todos os trabalhadores, ao povo, à classe média é a quem mais roubam. Quem era [Nelson] Mezherane? Dono do Banco Federal. Quem roubou os depositantes do Banco Federal? Aos que compravam carros em sua concessionária?”, insistiu o líder venezuelano.
Leia mais:
Desastres naturais irão piorar, diz brasileira chefe da missão da ONU nas Filipinas
O decreto é mais uma medida da chamada “guerra econômica”. Na última sexta (29/11), o presidente estabeleceu um teto para aluguéis de imóveis comerciais e prometeu “prisão imediata” para quem remarcar seus preços após as inspeções do governo.
No mesmo dia, o chefe de Estado adiantou que o governo preparava ações para melhorar o mercado e a produção de veículos no país e só faltavam alguns elementos para tomar as decisões e “acabar com abusos que estão ocorrendo”, incluindo máfias do setor.
NULL
NULL
Segundo a AVN (Agência Venezuelana de Notícias), o ministério do Comércio habilitará uma página na internet na qual será possível verificar o preço máximo de venda de um veículo, assim como expedir um certificado para sua comercialização.
Há dez dias, a Venezuela aprovou a Lei Habilitante, que permite a Maduro atuar como legislador, emitindo decretos presidenciais. Desde então, o líder determinou um lucro máximo de 30% para os empresários no país e criou um órgão para supervisionar o fluxo de dólares do câmbio oficial.
Eleições
O anúncio acontece às vésperas das eleições municipais, previstas para o próximo domingo (08/12). Serão eleitos 337 prefeitos, além de vereadores em 335 municípios.
Entre as principais regiões, estão o município Libertador de Caracas, a cidade de Maracaibo, o Distrito Metropolitano de Caracas, Valencia e os outros municípios da capital (Baruta, Chacao, Sucre e El Hatillo).
No município Libertador, o atual prefeito, o chavista Jorge Rodríguez, tenta e deve conseguir a reeleição. Em Maracaibo, capital do importante estado petrolífero de Zulia, o chavismo lançou como candidato o apresentador de TV Miguel Ángel Pérez Pirela. Celebridades também são candidatas em Baruta (como Winston Vallenilla, famoso locutor) e Sucre (Antonio “El Potro” Álvarez, jogador de beisebol e cantor).
Agência Efe
Antonio Ledezma, Henrique Capriles Ismael García e Ramón Muchacho, da oposição, fazem campanha em Caracas
Em Valencia, capital do estado de Carabobo e terceira cidade mais importante da Venezuela, o candidato da oposição é Miguel Cocchiola, acusado por Maduro de ser especulador. No Distrito Metropolitano de Caracas, o opositor Antonio Ledezma tenta a reeleição, contra o chavista Ernesto Villegas, ex-ministro da Comunicação.
O 8 de dezembro é conhecido como Dia da Lealdade na Venezuela: nesse mesmo dia, no último ano, o ex-presidente Hugo Chávez fez seu último pronunciamento, anunciando que voltaria a Cuba para tratamento de câncer. O CNE (Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela) determinou que a lei não permite proselitismo político em dias de votação, impedindo, assim, que atos sejam realizados no domingo.