O ex-agente da NSA (Agência Nacional de Segurança, em inglês) Edward Snowden afirmou nesta sexta-feira (07/03) ao Parlamento Europeu que autoridades dos Estados Unidos tinham intenção de executá-lo. “Oficiais do governo norte-americano (…) pediram minha execução”, escreveu Snowden em carta enviada à Comissão de Liberdades Civis do órgão europeu.
Efe
Um dos carros alegóricos do carnaval em Düsseldorf (Alemanha) transportava em 03/03 as figuras de Obama executando Snowden
Questionado a respeito dos seus pedidos de asilo em alguns países da UE (União Europeia), o ex-técnico explicou que continua à espera de uma resposta positiva, mas alega que alguns políticos lhe confessaram que os “EUA não permitirão” que o aceitem. Na quinta (06/03), o general Martin Dempsey, chefe de estado das Forças Armadas dos EUA, afirmou que o país deve precisar de bilhões de dólares durante ao menos dois anos para superar os danos causados por Snowden.
Asilado em Moscou, Snowden também declarou no texto que revelará em breve outros escândalos de espionagem – desta vez envolvendo cidadãos europeus. “Deixarei esse assunto de interesse público para quando for seguro revelá-lo a jornalistas responsáveis”, anuncia, acrescentando que “bilhões” foram espionados.
‘Bazar europeu’
Além disso, Snowden revela que, por pressão dos Estados Unidos, a UE deixou que fosse instalado um verdadeiro “bazar” de espionagem em massa. O norte-americano cita a prerrogativa da NSA de espionar cidadãos dos países aliados aos EUA sem informá-los. Para o ex-analista, esses direitos deveriam ser limitados, mas como os estados membros aceitam ceder, “o resultado disso é um bazar europeu” que fere a individualidade dos cidadãos comuns.
Efe
Ex-analista da NSA, Edward Snowden está asilado em Moscou desde 23 de junho de 2013 após vazar documentos confidenciais
“Uma das atividades essenciais da NSA é a de pressionar ou incitar os estados membros da UE a mudar suas leis para autorizar a vigilância em massa”, sustenta Snowden, acrescentando que tais operações ocorreram em países como Suécia, Holanda e Alemanha e em instituições internacionais, como a ONU (Organização das Nações Unidas) e a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
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No fim do texto, o ex-técnico convoca os eurodeputados a agirem para impedir que “os espiões ditem a política” dos países da UE. “Se querem me ajudar, podem fazê-lo ajudando a todos: declarem que a divulgação em massa e indiscriminada de dados privados por parte dos governos é uma violação de nossos direitos que deve terminar”.
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