Em meio ao aumento da tensão e da pressão do Ocidente por uma solução diplomática, os governos de Ucrânia e Crimeia expuseram neste domingo (09/03) suas exigências para uma eventual negociação sobre o futuro da região autônoma. Enquanto o governo provisório de Kiev afirmou que não cederá “nem um centímetro de sua terra à Rússia”, a separatista república autônoma anunciou que qualquer diálogo depende de uma nova mudança de poder na Ucrânia.
Em discurso pelo 200º aniversário de nascimento do poeta e herói nacional Taras Sevchenko, o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, relembrou a história do país até chegar ao seu território atual.
“Esta é nossa terra. Por esta terra deram seu sangue nossos pais e avôs. Que o saibam a Rússia e seu presidente, nossa resposta só pode ser uma: unidade, convencimento, clareza de alvos e fé que vamos pelo bom caminho. Não cederemos nem um centímetro da terra ucraniana”, afirmou Yatseniuk.
Agência Efe
Manifestantes favoráveis a um acordo com a UE apoiam o governo interino da Ucrânia
O chefe do governo interino ucraniano reconheceu que a Ucrânia está “perante o maior desafio para o país e para o povo em toda a história da independência” e se perguntou se serão “capazes de superar este desafio”.
Os participantes do comício guardaram um minuto de silêncio pela centena de pessoas mortas no centro de Kiev durante os graves distúrbios de fevereiro, que provocaram a queda do governo do presidente Viktor Yanukovich.
Enquanto isso, o presidente do parlamento da república autônoma da Crimeia, Vladimir Konstantinov, anunciou hoje que negociará com Kiev sob a condição de haver mudança de poder na Ucrânia, pois não reconhece as novas autoridades.
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“As autoridades atuais absolutamente não são legítimas. Enquanto não saírem não haverá diálogo algum, não só com as autoridades, mas com o país inteiro”, disse Konstantinov, em entrevista divulgada por um canal de televisão local.
Ele lembrou que os que estão hoje no poder “chegaram ali através de armas de fogo, facas e bastões”, em alusão às violentas manifestações iniciadas em novembro.
“Que deem explicações ao povo, que desarmem as quadrilhas, que realizem eleições normais, justas e transparentes e então a Crimeia entabulará um diálogo com as legítimas autoridades da Ucrânia”, disse Konstantinov.
A Crimeia se prepara rapidamente para o referendo do próximo dia 16 de março sobre sua adesão à vizinha Rússia, que já ofereceu garantias financeiras caso o território autônomo volte a fazer parte do país.
(*) com Agência Efe