Após o referendo de anexação da Crimeia ao território russo, a situação na Ucrânia ainda não foi apaziguada e a crise no país é o principal destaque desta semana em Opera Mundi. Na sexta-feira (28/03), a Rússia confirmou que todas as tropas ucranianas leais a Kiev já haviam deixado as instalações militares na península. A região está agora sob controle russo, que irá devolver as embarcações e armamentos à Kiev.
No mesmo dia, o presidente deposto da Ucrânia, Viktor Yanukovich, pediu a realização de referendos em cada uma das regiões do país para averiguar seu respaldo junto aos ucranianos e determinar o status político de cada porção do território. Yanukovich está refugiado no sul da Rússia desde o dia 22 de fevereiro. Após a intensificação dos protestos antigoverno na Ucrânia, ele teve de deixar Kiev, por temer pela sua segurança e a de sua família.
Efe
Putin parabenizou as tropas russas pelo “sangue frio” e “profissionalismo” no desenrolar da operação de anexação na Crimeia
Na quinta-feira (27/03), a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução que classifica o referendo da Crimeia como inválido. A aprovação do texto ocorreu com 100 votos a favor, 11 contra e 58 abstenções. De acordo com a Assembleia, a consulta popular do último dia 16 na península “não tem validade” pois “não foi autorizada” pelo governo da Ucrânia.
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Paralelamente, o governo interino marcou eleições presidenciais para 25 de maio e a ex-primeira-ministra ucraniana Yulia Tymoshenko anunciou que concorrerá, dizendo-se capaz de devolver a Crimeia à Ucrânia. Ela passou mais de dois anos na prisão por abuso de poder e foi libertada após a saída de Yanukovich do país.
Efe
Ex-primeira ministra da Ucrânia, Tymoshenko ficou presa durante dois anos e foi liberta após queda de Yanukovich
Na segunda (24/03), Tymoshenko afirmara que os ucranianos deveriam “pegar as armas e matar os malditos russos, junto com o líder deles” para resolver a crise entre os dois países. Na terça (25/03), o ministro da Defesa da Ucrânia, Igor Teniukh, apresentou sua renúncia para o Parlamento depois que a Marinha do país perdeu quase a totalidade de seus navios na Crimeia.
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Outro assunto em pauta é a censura às redes sociais na Turquia. Um dia após um tribunal de Ancara ter restabelecido o uso do Twitter no país, o governo turco tomou na quinta-feira (27/03) a “decisão administrativa” de bloquear o acesso ao YouTube, site de compartilhamento de vídeos na web. O primeiro-ministro do país, Recep Erdogan, já havia bloqueado o acesso ao Twitter na semana passada, culpando o microblog de ter inflamado o debate nacional antigoverno. “Se vocês não corrigirem suas atitudes, fecharemos as páginas”, disse Erdogan em entrevista ao canal NTV na última terça-feira.
Efe
Twitter é uma das principais redes sociais usadas pelos cidadãos turcos para denunciar casos de corrupção de Erdogan e seus aliado
Já na América Latina, chanceleres da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) emitiram na quinta-feira uma declaração oficial sobre a situação da Venezuela, cujos protestos já deixaram 34 mortos. Segundo o comunicado, há disposição para diálogo, mas existe uma necessidade de “moderar a linguagem” para gerar um ambiente pacífico, que favoreça as conversações entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição. Na terça, três generais da Força Aérea venezuelana que pretendiam se rebelar contra o governo foram presos, anunciou Maduro à Unasul.
Efe
Maduro tenta dialogar com a oposição, mas é preciso 'moderar a linguagem', segundo chancelers da Unasul
A respeito do mistério do Boing 777 da Malaysia Airlines, na segunda-feira, o governo da Malásia e a companhia aérea anunciaram que o avião, desaparecido desde o dia 8 de março, caiu no oceano Índico sem deixar sobreviventes. “Lamentamos profundamente dizer que temos de assumir que o MH370 sumiu e que nenhum daqueles a bordo sobreviveu. Todas as evidências sugerem que o avião caiu no sul do Índico”, indica a nota. O voo MH370 desapareceu cerca de 40 minutos após decolar de Kuala Lumpur com destino a Pequim, na China. Nos últimos 16 dias, uma operação de buscas com o apoio de 26 países foi montada, sem sucesso até o momento.
Outro assunto que chamou atenção foi a publicação de uma imagem alterada em que Barack e Michelle Obama aparecem como macacos no jornal belga De Morgen. Na segunda, o veículo – acusado de racismo – pediu desculpas, alegando que cometeu um erro de julgamento. A imagem foi publicada juntamente com um artigo no sábado (22/03), antes da visita do presidente norte-americano à Bélgica. O De Morgen dedicou sua edição de fim de semana à Obama e “mudou” o nome da seção satírica “The Daily Herald” para “The Obama Herald”.
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Jornal belga pediu desculpas por publicação acusada de racismo; veículo alegou que cometeu um erro de julgamento