Um dia após a vitória de Petro Poroshenko ter sido confirmada pela CEC (Comissão Eleitoral Central) da Ucrânia, as autoridades de Kiev conseguiram retomar o aeroporto de Donetsk, que havia sido ocupado por separatistas pró-russos, e a violência aumentou na região, com a destruição de um acampamento insurgente na vizinha Lugansk.
“O aeroporto está totalmente sob nosso controle. O inimigo sofreu importantes baixas, nós nenhuma”, afirmou nesta terça-feira (27/05) o ministro do Interior ucraniano, Arsen Avakov, por meio de um comunicado. Além disso, no Facebook, ele confirmou o bombardeio de um acampamento de treino dos separatistas em Lugansk, por parte da força aérea.
Poroshenko já havia informado que a operação antiterrorista no leste da Ucrânia vai continuar, o que foi confirmado hoje pelo vice-primeiro-ministro, Vitali Yarema. “Prosseguiremos com a operação até que em território da Ucrânia não fique nem um só terrorista”, afirmou.
O líder da autoproclamada República Popular de Donetsk, Denis Pushilin, havia dito hoje que os separatistas tinham assumido o controle do aeroporto da capital regional. A incursão ao aeroporto começou na segunda-feira (26/05) ao meio-dia, o que obrigou o local a fechar suas portas.
Agência Efe
Veículo militar tombado na região de Donetsk, na Ucrânia, que desde ontem enfrenta violentos combates entre governo e separatistas
Em uma tentativa de expulsar os separatistas e retomar o controle das instalações aeroportuárias, as forças leais a Kiev lançaram um ataque aéreo, que contou com a utilização de caças e helicópteros, dois dos quais foram abatidos, segundo Pushilin. Segundo o primeiro-ministro da República de Donetsk, Alexander Borodai, nos combates de ontem morreram 100 pessoas, entre milicianos separatistas e civis.
OSCE
De acordo com o Ministério de Relações Exteriores da Estônia, quatro observadores da OSCE (Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa) foram detidos ontem à noite em Donetsk. Os separatistas foram apontados como responsáveis, mas negaram envolvimento no caso. “A OSCE está tentando esclarecer as circunstâncias”, disse a chancelaria da Estônia à agência russa Interfax. Segundo a organização, sua missão especial na Ucrânia perdeu contato com uma de suas equipes enviadas às proximidades de Donetsk na segunda, por volta das 18h (12h de Brasília).
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EUA e União Europeia
Nesta terça-feira, o presidente dos EUA, Barack Obama, conversou por telefone com Poroshenko para parabenizá-lo pela vitória do último domingo (25/05) e oferecer o “apoio total de Washington em seu trabalho para unificar e levar o país adiante”, de acordo com o que informou a Casa Branca em um comunicado. Obama também reiterou que os EUA “continuarão ajudando a Ucrânia” nas reformas necessárias.
Agência Efe
Cadáveres se acumulam em um depósito em Donetsk, após confrontos entre separatistas e forças leais a Kiev, que retomaram aeroporto
Além disso, segundo a Casa Branca, Obama gostaria de conhecer Poroshenko na próxima viagem que fará à Europa, na semana que vem, quando irá à França, à Polônia e à Bélgica.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, já havia destacado na terça-feira a “clara mensagem” expressada pelos cidadãos ucranianos, que deram a Poroshenko 54% dos votos e tiveram alta participação no pleito.
Enquanto isso, a União Europeia planeja assinar o acordo de associação com a Ucrânia em sua próxima cúpula, segundo a presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaitė. A reunião está prevista para o dia 27 de junho.
A Rússia, por sua vez, pediu o fim imediato de operações do Exército ucraniano no sudeste do país. Falando ao telefone com o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, o presidente Vladimir Putin também pediu que Poroshenko, que havia sinalizado para uma melhora nas relações com os russos, negocie com as autoridades locais.