Atualizada às 18h49
Um ano após a última aparição pública do líder histórico da Revolução Cubana Fidel Castro, completado nesta quinta-feira (08/01), meios de comunicação internacionais veicularam, de forma errônea, que havia “rumores sobre a morte de Fidel” e inclusive, chegaram a cogitar que uma coletiva de imprensa teria sido convocada para tratar do assunto. De acordo com o blogueiro cubano Yohandry Fontana, o boato teve início na imprensa de dissidentes cubanos em Miami.
A informação foi confirmada pela embaixada cubana em Brasília: “tratou-se de um boato”. “As informações não têm qualquer relação com o estado de saúde de Fidel”, afirmou o órgão consular cubano.
Agência Efe
Ausência pública de Fidel alimentou rumores sobre a morte do líder
A Agência de notícias internacionais Efe também veiculou a notícia, tendo como base os “meios de comunicação hispânicos nos EUA”, que teriam detectado “uma tensão” pouco comum entre os familiares do líder e pessoas ligadas aos militares da ilha.
Apesar de reconhecer que boatos sobre a morte de Fidel existem desde 2006, quando ele se afastou do governo, a agência ressaltou que eles se tornaram mais intensos ontem.
O verbete da Wikipedia em inglês sobre Fidel também chegou a ser editado, indicando que o artigo era sobre “uma pessoa morta recentemente”.
Reprodução
Verbete na Wikipedia sobre Fidel Castro em inglês
Já o veículo espanhol Diário de Cuba chegou a informar, na noite de ontem, que o governo proibiu o acesso à região do cemitério de Santa Ifigênia, onde estaria o túmulo de Fidel.
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Outro veículo que contribuiu com a divulgação do boato foi o Diário das Américas. O jornal distribuído na Flórida chegou a reproduzir, também ontem, o artigo do site 14yMedio, da blogueira opositora do governo Yoaní Sánchez, intitulado “Aprender a viver sem Fidel”, no qual são levantadas as suspeitas da morte do líder.
Nesa sexta, Yoani se retratou no Twitter ao dizer que “diante de rumores, um jornalista deve colocar em primeiro lugar a objetividade e a veracidade”.
#Cuba Ante los rumores, un periodista debe poner en primer lugar la objetividad y la veracidad 🙂
— Yoani Sánchez (@yoanisanchez) January 9, 2015
Coletiva de imprensa
O Diário das Américas confirmou nesta sexta o desmentido, mas ressaltou que diversas fontes disseram ao jornal, na tarde de ontem, inclusive uma pessoa do Centro de Imprensa Internacional, que seria realizada hoje uma coletiva de imprensa convocada pelo governo, mas não tinham informação sobre a natureza da coletiva.
De acordo com a embaixada cubana em Brasília, no entanto, a coletiva realmente foi convocada, mas dizia respeito à libertação dos Cinco Cubanos, sem nenhuma relação com a saúde de Fidel.
Ao contrário do que foi dito pela imprensa internacional, Fidel não está há um ano sem fazer aparição pública. Em agosto de 2014, dias após completar 88 anos, o líder se encontrou com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e comentou a crise em Gaza.
Mas, Fidel está há meses sem publicar seus artigos na imprensa cubana justamente no momento em que a ilha ganha projeção internacional pela retomada das relações entre Washington e Havana, o que contribui para alimentar os boatos.