Um dia depois de uma manifestação histórica que reuniu cerca de 3, 7 milhões de pessoas em Paris, o ex-presidente francês Nicolás Sarkozy declarou na manhã desta segunda-feira (12/01) que a imigração na França “não pode continuar do jeito que está”, pois embora ela não “esteja ligada ao terrorismo”, ao menos “complica as coisas”.
“A questão da imigração será objeto de debate extremamente profundo, pois é certo que não pode continuar do jeito que está. A imigração que temos hoje cria dificuldades de integração”, apontou Sarkozy, durante entrevista à rádio francesa RTL. “Nós devemos proteger os muçulmanos moderados e os extremistas devem ter medo”, acrescentou.
Les 6 propositions de Nicolas Sarkozy pour lutter contre le terrorisme #SarkozyRTL > http://t.co/XsRGK1atJu pic.twitter.com/ke9Q2OoJ4h
— RTL France (@RTLFrance) 12 janeiro 2015
O líder do partido direitista UMP (União por um Movimento Popular) também sugeriu a necessidade de “vigiar o que se passa na internet”, com o intuito de evitar outros ataques como os que aconteceram na semana passada. “Não é porque é um meio virtual que nós podemos exonerar as regras que nos tomaram séculos para estabelecer”, diz.
Para Sarkozy, a oposição terá que trabalhar em equipe com o atual governo para “compreender” os fatos dos últimos dias, em um “dever de lucidez e de análise” e se declarou “disponível” para buscar soluções na luta contra o terrorismo.
“Não há liberdade sem garantia de segurança. Nós devemos dar às forças de segurança os meios jurídicos para que possam realizar seu trabalho”, afirmou. “Eu sou favorável ao armamento dos policiais municipais”, acrescentou.
Nous devons protéger les musulmans modérés. Les extrémistes doivent avoir peur. #RTLMatin
— Nicolas Sarkozy (@NicolasSarkozy) 12 janeiro 2015
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Reunião de segurança no Eliseu
Na manhã desta segunda, o atual presidente da França, François Hollande, entrou em reunião ao lado de ministros como Laurent Fabius (Relações Exteriores), Christiane Taubira (Justiça) e Jean-Yves Le Drian (Defesa) para encontrar uma solução à crise de segurança interna e à instabilidade no território nacional.
Segundo a assessoria do Palácio do Eliseu, trata-se de uma reunião para discutir “os dispositivos de prevenção e de proteção dos cidadãos franceses”, bem como “a luta contra o terrorismo”.
A reunião começou sem o primeiro-ministro, Manuel Valls, nem o ministro do Interior, Bernard Cazaneuve, que estavam em outros compromissos e devem chegar à reunião mais tarde na capital francesa. Mais cedo, Cazaneuve anunciou que todos os locais de culto e escolas judaicas estavam sob proteção policial.
Na quarta-feira (07/01), um tiroteio dentro da sede do jornal satírico Charlie Hebdo deixou doze pessoas mortas na capital parisiense. No dia seguinte, uma policial foi morta a tiros e, na sexta-feira (09/01), pelo menos quatro morreram em um ataque a um mercado kosher judeu.
Efe
Manifestação no último domingo foi a maior da história do país, segundo governo francês, e contou com diversos líderes mundiais