O Exército da Nigéria anunciou nesta sexta-feira (27/03) que retomou o controle a cidade de Gowza, considerada o quartel-general do Boko Haram, na véspera das eleições presidenciais no país, as mais disputadas dos últimos 20 anos.
EFE
Exército celebra reconquista de territórios: especula-se que investida militar tenha fins políticos
“As tropas capturaram nesta manhã a cidade de Gwoza, destruindo a sede dos terroristas”, confirmaram as autoridades militares nigerianas no Twitter.Tida como a capital do califado islâmico, Gwoza representa um passo importante para a campanha militar multinacional que tenta reconquistar o território em poder dos extremistas.
No início de fevereiro, o governo nigeriano anunciou que todas as bases conhecidas do Boko Haram seriam desmanteladas em até seis semanas e que as eleições gerais do país seriam adiadas de 14 de fevereiro para 28 de março sob a justificativa da possibilidade de atentados da organização islâmica.
“Antes de realizar as eleições, só a pequena zona da floresta de Sambisa estará nas mãos do Boko Haram”, declarou o atual presidente na quinta-feira (26/03), segundo o jornal local Premium Times. “Limpamos (os estados de) Adamawa e Yobe totalmente e conseguiremos fazer o mesmo com o estado de Borno antes que comecem as votações, que confiamos que possam ser realizadas em todas as cidades do país”, acrescentou
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No entanto, o país africano ficou dividido sobre as reais intenções do adiamento do pleito. Para as autoridades do presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, as forças militares não poderiam fornecer segurança às eleições nacionais em virtude do deslocamento de todas as tropas para combater o Boko Haram, atuante principalmente na região nordeste da Nigéria.
Analistas especulam, contudo, que a proposta de adiamento por conta da ameaça da organização extremista faça parte de um plano político de Jonathan para melhorar seu desempenho no pleito. A esticada para esse sábado seria, segundo a oposição, uma manobra política para Jonathan conseguir mais fôlego e apoio na disputa eleitoral contra o veterano militar Muhammadu Buhari.
Nesta semana, fontes oficiais do governo anunciaram que quase 500 pessoas – entre crianças e mulheres – foram sequestradas na cidade de Damasak, na fronteira da Nigéria com Níger e Chade. De acordo com a ONG internacional Human Rights Watch, somente em 2015 o Boko Haram assassinou mais de mil civis.
EFE
Atual presidente nigeriano, Goodluck JOnathan, cumprimentou hoje o adversário no pleito, o general Muhammadu Buhari