Os Estados Unidos anunciaram neste sábado (16/05) que Abu Sayyaf, um dos líderes do Estado Islâmico (EI), foi morto por forças especiais norte-americanas em uma operação realizada nesta madrugada na Síria.
De acordo com o comunicado assinado pelo secretário de Defesa norte-americano, Ash Carter, o dirigente do Estado Islâmico foi morto durante a operação, enquanto sua esposa Umm Sayyaf foi presa e colocada sob custódia das forças norte-americanas em detenção militar no Iraque.
Segundo o Departamento de Defesa dos EUA, Abu Sayyaf estava envolvido nas operações militares do EI e também comandava o comércio de petróleo e gás, principal fonte de renda do grupo, assim como suas operações financeiras.
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“Esta operação aconteceu com o consentimento das autoridades do Iraque e, da mesma forma que nossos ataques contra o EI na Síria, é coerente com a legislação nacional e internacional”, disse a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Bernadette Meehan. Segundo a agência de notícias Reuters, o governo norte-americano não notificou o governo sírio de que realizaria a operação. “Alertamos [o governo de Bashar Al-Assad] que não interferisse em nossos esforços contra o EI na Síria”, declarou Meehan.
Segundo ativistas sírios, um comandante saudita do EI, identificado como Abu Taiem, também foi morto nesta operação dos EUA.
Rami al-Hakim, membro da Rede Deir ez Zor 24, disse à Agência Efe que os aviões norte-americanos da coalizão lançaram o ataque sobre o campo de petróleo de Al Omar, a maior jazida de petróleo da Síria, às 2h (horário local, 20h de sexta-feira em Brasília) e que o bombardeio durou menos de uma hora.
O campo de Al Omar fica na província nordeste síria de Deir ez Zor, na fronteira com o Iraque.
“Morreram vários membros do EI, entre eles Abu Sayyaf e um comandante saudita (dos jihadistas) chamado Abu Taiem”, afirmou al-Hakim.
EI em Palmira
O Estado Islâmico teria conseguido controlar parte da cidade síria de Palmira, no centro do país, informou neste sábado o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
“O EI avançou e tomou o controle da maior parte da região norte de Palmira e há confrontos acontecendo neste momento” entre combatentes do grupo e do governo sírio, disse Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH.
Agência Efe
Ruínas na cidade síria de Palmira, Patrimônio da Humanidade segundo a Unesco
Palmira possui relíquias arqueológicas e é tombada pela Unesco como Patrimônio Mundial da Humanidade. Segundo a agência de notícias France-Presse, a maior parte das ruínas e das riquezas históricas está no sudoeste da cidade.
O chefe do departamento sírio de antiguidades, Mamoum Abdulkarim, declarou à agência que está vivendo “em estado de terror”. “O EI vai destruir tudo” caso consiga chegar ao sítio arqueológico, afirmou. Segundo Abdulkarim, a maior parte do patrimônio histórico de Palmira são ruínas que não podem ser removidas para um lugar seguro.
O grupo iniciou a ofensiva contra a cidade na última quarta-feira e teria assassinado pelo menos 49 civis nos últimos dois dias, segundo o OSDH.
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EI no Afeganistão
Três comandantes talibãs teriam morrido em confrontos com o EI pelo controle de áreas remotas da província de Nangarhar, no leste do Afeganistão, informa a Agência Efe.
As mortes teriam ocorrido em combates ocorridos nos últimos dias entre os grupos em dois distritos da fronteira com o Paquistão, onde continua a troca de fogo, disse um porta-voz do Exército afegão no leste do país, Numan Hatifi.
“Os combates forçaram alguns residentes dos dois distritos a abandonarem suas casas e outros ainda estão presos no meio do tiroteio”, explicou à Efe um membro do Conselho Provincial, Israrullah Murad.
As áreas de fronteira com o Paquistão têm grande valor estratégico para os insurgentes no Afeganistão, cujo cenário de guerra foi alterado com a recente invasão de novos grupos que proclamam lealdade ao EI.
*Com Agência Efe e France-Press