As FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) anunciaram nesta sexta-feira (22/05) a suspensão do cessar-fogo unilateral iniciado em dezembro do ano passado. A decisão de romper a trégua ocorreu após um bombardeio a um acampamento da guerrilha ontem ter deixado pelo menos 26 membros da insurgência mortos.
A suspensão é mais um entrave ao andamento dos Diálogos de Paz, que são realizados em Havana entre guerrilheiros e o governo do presidente Juan Manuel Santos, cujo objetivo é encerrar a guerra no país que já dura mais de meio século.
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Agência Efe
Guerrilha manterá conversas com governo colombiano
Em um comunicado divulgado pelas redes sociais, a insurgência disse que “não estava em nossa perspectiva a suspensão do cessar fogo […], mas a incoerência do governo Santos o conseguiu”. O texto diz ainda que “contra nossa vontade teremos que seguir o diálogo em meio à confrontação”.
Santos, por sua vez, classificou a ação como “legítima”. O ataque foi realizado no mesmo local onde há pouco mais de um mês uma emboscada matou 11 militares. Após a ocorrência, o chefe de Estado autorizou a retomada dos bombardeios contra a guerrilha, que estavam suspensos.
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Agência Efe
Santos em abril: mandatário dá declaração militar para reativar ataques contra grupo guerrilheiro
O mandatário lembrou ainda que desde o início das conversações em Cuba havia ficado claro que “as operações [militares] não seriam e não serão suspensas”.
Sobre isso, os guerrilheiros disseram ainda que “insistiremos na necessidade de acordar, o quanto antes, para a saúde do processo de paz e evitar novas vitimizações, o cessar bilateral de fogo que com tanta insistência reclamaram as maiorias sociais”.
Ainda de acordo com ele, os guerrilheiros mortos eram os responsáveis do “infame ataque” realizado em novembro contra um posto policial em Gorgona, no Pacífico, quando morreu um oficial. Eles teriam também encabeçado o ataque no qual morreram os 11 soldados em Cauca.