O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, decidiu nesta sexta-feira (17/07) remodelar o gabinete de governo, em meio ao racha que houve dentro de seu partido, o de esquerda Syriza, após a assinatura de um acordo de austeridade com a troika (Banco Central Europeu, Fundo Monetário Internacional e Comissão Europeia) no início da semana.
EFE
Chefe de governo grego fez mudanças dentro do governo para nova etapa com sócios europeus
A partir de hoje, o então ministro do Trabalho, Panos Skurtis, substituirá Panagiotis Lafazanis à frente da pasta de Energia, após este último ser um dos 32 deputados do partido governista a votar contra as reformas. Em troca, o ministro das Reformas Administrativas, George Katrougalos, ocupará a chefia do Trabalho.
Outra mudança importante é a entrada de Tryfon Alexiadis, expecialistas em impostos da União, que tomará o cargo de vice-ministro das Finanças de Nadia Valavani, que pediu demissão nos últimos dias. À frente desta pasta, Euclid Tsakalotos permanecerá no posto, após substituir Yanis Varoufakis, que também renunciou.
Além disso, o acadêmico Christoforos Vernardakis foi nomeado como vice ministro da Defesa e a legisladora Olga Gerovassili foi indicada como a nova porta-voz do governo.
EFE
Tsakalotos com Tsipras: ministro das Finanças é tido como figura mais diplomática em negociações com credores
NULL
NULL
Essas alterações ocorrem em meio à insatisfação da parcela de extrema-esquerda do Syriza, que discorda da decisão de Tsipras de realizar reformas de austeridade — como corte de gastos sociais, aumento de impostos e privatizações — em troca de um empréstimo de até 86 bilhões de euros para os próximos três anos por parte de credores europeus.
Na noite de quarta (16/07), o chefe de Governo conseguiu apoio de 229 deputados do Parlamento da Grécia a favor do acordo com a troika. Apesar disso, a votação evidenciou um mal estar dentro do Syriza.
Além de Panagiotis Lafazanis, outras lideranças do partido de esquerda que se posicionaram contra o acordo foram a presidente do parlamento, Zoe Konstantopoulou, bem como os vice-ministros da Segurança Social, Dimitris Stratoulis, e da Defesa, Kostas Isijos.
Ontem, o ministro do Interior, Nikos Voutsis, afirmou Atenas pode realizar eleições antecipadas em “setembro ou outubro”. “Isso será produto de uma análise abrangente, não apenas do governo, mas sobre os acontecimentos em geral”, explicou, segundo a Reuters.
EFE
Varoufakis, ex-Finanças (à esq) com Lafazanis, ex-Energia: dois ministros foram publicamente contra novo acordo de Tsipras