Forças de Armênia e Azerbaijão entraram em confronto na madrugada deste sábado (02/04) em Nagorno-Karabakh, região independente disputada entre os dois países. Os dois governos se acusam mutuamente de ter iniciado as agressões, que já registram mortos entre soldados e civis.
O governo do Azerbaijão afirma que tropas armênias abriram fogo contra seus soldados na fronteira 127 vezes nas últimas 24 horas, enquanto a Armênia afirma que tropas azeri iniciaram a ofensiva na madrugada com tanques, artilharia e helicópteros.
O Azerbaijão afirma que 12 soldados e um civil azeri foram mortos e um helicóptero de seu Exército foi abatido. O Ministério da Defesa de Nagorno-Karabakh, apoiado pela Armênia, afirma que um garoto de 12 anos foi morto e duas crianças ficaram feridas em um dos ataques azeri. A Armênia afirma que 18 de seus soldados foram mortos e 35 ficaram feridos até agora.
hanming_huang / Flickr CC
Vista de Stepanakert, capital de Nagorno-Karabakh, região independente e disputada por Armênia e Azerbaijão
A Rússia, que vende armas para os dois países, pediu que todos os lados envolvidos no conflito cessem as hostilidades imediatamente. O ministro da Defesa, Sergei Shoigu, falou ao telefone com seus homólogos azeri e armênio ao telefone, informou um comunicado do governo russo.
Já o Ministério de Relações Exteriores da Rússia afirmou que Moscou está em contato com outros membros do Grupo de Minsk, criado pela Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) para supervisionar o cessar-fogo assinado em 1994 por Armênia e Azerbaijão após um conflito pelo controle de Nagorno-Karabakh que deixou mais de 25 mil mortos.
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O grupo anunciou neste sábado que se reunirá na próxima terça-feira em Viena para conter a escalada de violência na região.”Os co-presidentes se reunirão na segunda-feira em Minsk e convocarão para terça-feira uma reunião do Grupo de Minsk devido à violência em Nagorno-Karabakh”, anunciou James Varlik, representante dos Estados Unidos, em sua conta no Twitter.
Rússia, EUA e França, co-presidentes do grupo, emitiram um comunicado condenando “firmemente” o uso da força. Eles também pediram o fim das hostilidades e lamentaram o número de mortos nos combates.
“Reiteramos que não há alternativa a uma solução negociada pacificamente e que a guerra não é uma opção”, afirma a nota.
Nagorno-Karabakh, controlada por separatistas armênios, fica dentro do território do Azerbaijão, mas é apoiada financeira e militarmente pelo governo armênio. Em 1991 a região declarou independência, a que se seguiu uma guerra que durou três anos e que foi finalizada com um cessar-fogo observado pelo Grupo de Minsk. A tensão, no entanto, permanece alta na região desde então, com confrontos entre tropas armênias, azeri e independentistas acontecendo eventualmente.