Segundo o pesquisador português Manuel Rosa, o navegador Cristóvão Colombo era um nobre de Portugal de ascendência polonesa cujo verdadeiro nome era Segismundo Henrique, filho de um derrotado rei da região onde atualmente estão localizadas a Polônia e Lituânia.
Rosa passou 25 anos pesquisando sobre a figura do navegador que, segundo assegura, encontrou refúgio e anonimato na Ilha da Madeira e não tinha a intenção inicial de descobrir a América, mas de realizar uma complexa conspiração para afastar a Espanha das rentáveis rotas comerciais africanas a fim de beneficiar a coroa de Portugal, com a qual mantinha relações próximas.
WikiCommons
Pintura de Emanuel Leutze de 1942 retratanto o momento em que Colombo se encontrou com os reis católicos da Espanha
“Tudo começou com uma dúvida: como Colombo, um mercador italiano sem dinheiro, pôde se casar com uma nobre portuguesa (Filipa Moniz) com a permissão expressa do rei? Isso era praticamente impossível no século XV”, declarou Rosa em entrevista à Agência Efe neste sábado (21/05).
Esse raciocínio levou o pesquisador luso-americano a um trabalho de pesquisa que recopila agora no livro “Colombo. A história nunca contada”, que apresentou na sexta-feira (20/05) na Xavier University de Cincinnati, em Ohio.
A edição mais extensa do livro, publicado originalmente em 2009, revela pela primeira vez, baseando-se em símbolos heráldicos e coincidências históricas, o que o pesquisador considera como a identidade verdadeira de Colombo: filho de Wladyslaw III, rei cristão derrotado em 1444 pelo exército Otomano na Batalha de Varna.
NULL
NULL
“O que descobri muda 500 anos de história: Colombo não era genovês, não tinha intenção de descobrir a América e foi um espião na corte com o álibi de sair de Portugal por medo de ser executado por traição ao rei”, explicou o pesquisador.
O príncipe Segismundo morreu, segundo crônicas da época, em um acidente marítimo precisamente nas mesmas datas onde a história registra o surgimento em Portugal de um náufrago genovês conhecido pelo nome de Cristóvão Colombo.
WikiCommons
Casa onde se acredita que Colombo teria vivido, na Ilha da Madeira
Segundo o estudo, essa história serviu para transformar Colombo em um agente secreto a serviço da coroa portuguesa, inimiga dos reis católicos, que conheciam a verdadeira identidade do navegante, mas não suas reais intenções.
Manuel Rosa apresenta como prova de que Colombo era um espião português uma carta encontrada nos arquivos de seus descendentes na qual o rei João II lhe trata como “nosso amigo especial em Sevilha”.
A missão do navegador era tentar iludir Isabel com a ideia de abrir uma rota em direção às Índias para manter os espanhóis distantes do litoral de Guiné, onde os portugueses comercializavam o ouro.
O plano inicial era que a Espanha se ocupasse de explorar terras remotas e deixasse livres as rotas mais benéficas para os portugueses e o almirante se transformasse em vice-rei e instigasse uma rebelião de todas as colônias contra a coroa espanhola, deixando fora de jogo a Coroa de Castela e o Reino de Aragão.
No entanto, o planejamento não funcionou como estava previsto. O herdeiro de João de Portugal morreu antes de poder reivindicar por direito matrimonial o trono espanhol, e o trono luso acabou sendo ocupado por seu primo, Manuel, que tinha boas relações com a coroa espanhola.
Colombo caiu em desgraça e manteve até a morte sua falsa identidade, já que a verdadeira era conhecida apenas por sua família e alguns cortesões e reis, que mantiveram o segredo que o ligava, não somente aos nobres portugueses, mas ao trono da Polônia.
“Foi um dos segredos mais bem guardados da história. Foram necessários 500 anos para ele ter sido revelado”, comentou Rosa, o único pesquisador que mantém esta teoria da linhagem báltica de Colombo, que também acredita que o navegador era loiro de olhos azuis.
Na opinião de Rosa, Colombo deixou espalhados em seus documentos e objetos pessoais símbolos de suas verdadeiras origens, como um brasão com valores quase idênticos aos da Dinastia Jaguelônica da Polônia ou o uso de uma águia similar ao da família real polonesa.