O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, decretou neste domingo (27/11) uma anistia geral para os que cometeram “loucuras durante a crise”, em referência à revolta contra seu regime, iniciada no final do janeiro.
Esse perdão, divulgado pela agência oficial de notícias iemenita Saba, exclui os envolvidos em crimes e no atentado contra o Palácio Presidencial de Sana, no qual Saleh foi gravemente ferido. A decisão foi anunciada em reunião do Comitê Central do Partido do Congresso Popular Geral (PCPG), organizada pouco depois da volta de Saleh de Riad, onde assinou o plano do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG).
Na reunião, foi debatida a evolução dos eventos no Iêmen depois da formalização do acordo que estipulou sua saída do poder. Saleh pediu a seus seguidores e aos membros do PCPG que respeitem esse “pacto histórico” porque ele “pode terminar com a crise e evitar suas consequências”. O governante também pediu aos seus correligionários que “se solidarizem para enfrentar os inimigos da pátria e de sua unidade, segurança e estabilidade”.
Na quarta-feira, Saleh assinou a iniciativa em Riad ao lado de líderes da oposição, em resposta aos protestos que explodiram em 27 de janeiro e que exigiam sua renúncia após 33 anos no poder. O plano fixa que o vice-presidente Abdo Rabu Mansur Hadi dirigirá durante dois anos o processo transitório ao longo do qual será elaborada uma nova Constituição, preparado as eleições gerais e escolhido tanto um novo Parlamento como um novo presidente.
No sábado, Hadi convocou eleições presidenciais para 21 de fevereiro de 2012, conforme estipulado no plano. A assinatura da iniciativa não representou, no entanto, o fim da violência e dos protestos no país, já que os manifestantes voltaram a sair às ruas em rejeição às garantias de imunidade que o plano do CCG concede a Saleh e a seus colaboradores.
O Iêmen, o país mais pobre da península Arábica, vive uma situação de crise e de revolta popular contra o regime de Saleh, que exerceu o poder desde a unificação entre o norte e o sul em 1990, apesar de ser governante do Iêmen do Norte desde 1978.
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