O Conselho de Segurança, principal instância dentro da Organização das Nações Unidas (ONU), realizará na tarde deste domingo (14/04) uma reunião de emergência para tratar do ataque com drones e mísseis contra o território israelense, promovido na noite deste sábado (13/04) pelo Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (como são conhecidas as Forças Armadas do Irã, cuja sigla é IRGC).
A reunião foi solicitada horas antes pelo chefe da representação de Israel na ONU, Gilad Erdan. “O ataque iraniano é uma grave ameaça à paz e à segurança mundiais e espero que o Conselho utilize todos os meios para tomar medidas concretas contra o Irã”, enfatizou o diplomata.
O ataque iraniano ao território israelense utilizou dezenas de drones e mísseis, segundo informações da agência estatal iraniana IRNA.
Em comunicado oficial, também difundido pela agência iraniana, o IRGC disse considerar que o ataque a alvos israelenses foi “bem sucedido”, e confirmou que ação foi uma retaliação “contra a agressão sionista à nossa sede diplomática em Damasco”.
No dia 1º de abril, a embaixada do Irã na capital da Síria sofreu um atentado explosivo que resultou na morte de alguns altos oficiais militares iranianos, entre eles o general Mohammad Reza Zahedi. Desde então, o governo do país islâmica vinha afirmando que aquele episódio teria represálias.
O IRGC também alertou que “qualquer tipo de ameaça dos Estados Unidos ou do regime sionista, como resposta a esta ação, resultará novamente em uma resposta proporcional e recíproca”.
Reação de Israel
Por sua parte, o governo de Israel afirmou que os mísseis e drones iranianos causaram somente “danos menores” em algumas bases militares do país.
Segundo Daniel Hagari, porta-voz das Forças Armadas de Israel (IDF, por sua sigla em inglês), “foram detectados mais de 200 projéteis invadindo o espaço aéreo de Israel e a grande maioria foi interceptada pelos nossos sistemas de defesa”.
“Alguns mísseis iranianos caíram em nosso território, causando pequenos em regiões próximas a duas bases militares, mas sem registro de vítimas. Apenas uma menina foi ferida e esperamos que esteja bem”, afirmou.
Estados Unidos e Arábia Saudita
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também realizou uma declaração oficial para manifestar seu apoio a Israel.
“Enquanto Israel for atacado pelo Irã, apoiamos Israel e o seu povo. Os Estados Unidos farão tudo o que estiver ao seu alcance para apoiar a defesa de Israel”, afirmou o mandatário.
Em seguida, a Casa Branca emitiu um comunicado no mesmo sentido, que foi apoiado pelas bancadas tanto do Partido Democrata (governista) quanto do Partido Republicano (opositor).
Por sua parte, a Arábia Saudita reagiu mostrando sua “preocupação com que a escalada militar possa avançar para um conflito de “proporções regionais”.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores saudita, “é preciso haver contenção de todas as partes para evitar que os perigos das guerras se propaguem e se transformem em uma disputa de proporções regionais, com consequências imprevisíveis”.
Reação do Brasil
Em Brasília, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou através de uma nota publicada na noite deste sábado pelo Itamaraty.
“O Governo brasileiro acompanha, com grave preocupação, relatos de envio de drones e mísseis do Irã em direção a Israel, deixando em alerta países vizinhos como Jordânia e Síria. Desde o início do conflito em curso na Faixa de Gaza, o Governo brasileiro vem alertando sobre o potencial destrutivo do alastramento das hostilidades à Cisjordânia e para outros países, como Líbano, Síria, Iêmen e, agora, o Irã”, inicia o comunicado.
Em seguida, a nota afirma que “o Brasil apela a todas as partes envolvidas que exerçam máxima contenção e conclama a comunidade internacional a mobilizar esforços no sentido de evitar uma escalada”.
“O Governo brasileiro recomenda que não sejam realizadas viagens não essenciais à região e que os nacionais que já estejam naqueles países sigam as orientações divulgadas nos sítios eletrônicos e mídias sociais das embaixadas brasileiras.
O documento encerra dizendo que “o Itamaraty vem monitorando a situação dos brasileiros na região, em particular em Israel, Palestina e Líbano desde outubro passado”.