Enquanto o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, concentra seus esforços em discussões que pretendem decidir quais serão os próximos passos perante a contraofensiva iraniana lançada no final de semana, em paralelo, o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, exigiu nesta segunda-feira (15/04) a demissão do ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant.
A declaração foi feita por meio de sua rede social, por onde repudiou uma recente operação militar solicitada pela pasta de Gallant, que tem como objetivo desmantelar um posto avançado de Gal Yosef, na Cisjordânia ocupada, região onde na semana passada um jovem israelense foi encontrado morto.
“A decisão do Ministro da Defesa Gallant de evacuar e destruir edifícios na fazenda Gal Yosef, onde Benjamin Achimeir, de 14 anos, foi assassinado, mesmo durante a semana de shiva [luto], representa terrível obtusidade, confusão moral, insensatez de segurança e uma violação da dignidade dos mortos”, escreveu Ben Gvir, pela plataforma X.
החלטת שר הביטחון לבצע פינוי והרס מבנים בחוות גל יוסף בה נרצח בנימין אחימאיר הי”ד, ועוד בתוך ימי השבעה, היא אטימות נוראית, בלבול מוסרי, איוולת בטחונית ופגיעה בכבוד המת. במקום להקים ולאשר עוד חוות ולהרחיב את ההתיישבות היהודית אנחנו נכנעים לאוייב ובזמן שבעה הורסים ומחריבים את החווה…
— איתמר בן גביר (@itamarbengvir) April 15, 2024
“Em vez de estabelecer e aprovar mais fazendas e expandir os assentamentos judaicos, nos rendemos ao inimigo”, disse ele, acrescentando ter chegado a “hora do primeiro-ministro [Benjamin Netanyahu] considerar a substituição do ministro Gallant”.
Segundo a emissora catari Al Jazeera, na sexta-feira (12/04) o adolescente israelense de 14 anos havia desaparecido em uma fazenda perto do posto ilegal de Malachi Shalom, no norte de Ramallah, na Cisjordânia.
Mais tarde, ele foi encontrado morto próximo à aldeia de Duma, no sul de Nablus, pelo que a agência de inteligência israelense Shin Bet alegou ser um “ataque terrorista”, sem fornecer evidências sobre isso. Ainda de acordo com a Al Jazeera, o episódio teria resultado no “aumento vertiginoso de violência de colonos nas aldeias palestinas”: dois palestinos acabaram mortos e dezenas ficaram feridos, enquanto casas e veículos foram incendiados.
Ainda nesta segunda-feira, o porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Matthew Miller, emitiu um comunicado condenando o suposto assassinato do israelense. Ao mesmo tempo, exigiu o fim da onda de violência retaliatória desencadeada contra os palestinos.
“Estamos cada vez mais preocupados com a violência contra civis palestinos e suas propriedades que se seguiu na Cisjordânia após o desaparecimento de Achimeir, resultando em dezenas de feridos, danos materiais e a morte de dois palestinos, Jihad Abu Aliya, de 25 anos, e Omar Ahmad Abdulghani Hamed, de 17. Condenamos veementemente esses assassinatos”, declarou Miller.