(*) Atualizada em 15 de abril, às 14h43
Com quase seis horas de reunião, o gabinete de guerra de Israel concluiu nesta segunda-feira (15/04) que as forças israelenses devem responder à contraofensiva lançada pelo Irã de forma “clara e rigorosa”, mas com cautela para evitar uma “guerra total” no Oriente Médio.
Segundo a emissora israelense Keshet 12, o comitê competente examinou uma série de alternativas de retaliação contra o ataque de mísseis e drones liderado por Teerã no último sábado (13/04). Apesar das opções, garantiu que a resposta seria “forte” e levaria a mensagem de que Israel “não permitirá que um ataque de tal magnitude passe impune”.
O documento divulgado pela imprensa local ainda expressou que as ações avaliadas pelo governo de Tel Aviv não pretendem desencadear uma guerra total – consequência que é temida pela comunidade internacional – nem romper sua relação com a coalizão que o auxiliou a se defender dos ataques iranianos.
De acordo com a Keshet 12, o gabinete de guerra se reunirá novamente no dia seguinte, na terça-feira (16/04), porque ainda se faz necessária a consulta com os Estados Unidos, principal nação aliada, que deverá avaliar e coordenar uma resposta razoável contra o Irã. Washington rejeita uma escalada de conflitos no Oriente Médio.
O portal norte-americano Axios informa que, ao chefe do Pentágono, Lloyd Austin, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, teria declarado que “não há outra escolha a não ser responder ao ataque do Irã”, indicando convicção nos próximos passos que Israel dará no conflito.
Reunião de segunda-feira
Após finalizar uma reunião no último domingo (14/04) sem conclusões sobre como retaliar o ataque do Irã, o gabinete de Guerra de Israel se reuniu novamente nesta segunda-feira para debater qual seria a resposta após o território israelense ter sido alvo de 300 drones e mísseis iranianos neste final de semana.
Integram no gabinete de Guerra do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu o ministro da Defesa Yoav Gallant, o ex-ministro da Defesa Benny Gantz e outros políticos israelenses.
A última manifestação de Israel sobre o assunto, até então, havia sido o discurso do representante permanente do país nas Nações Unidas, Gilad Erdan, durante a reunião do Conselho de Segurança, também neste domingo.
Segundo o embaixador, Israel possui o direito legal de responder ao ataque do Irã, uma vez que “cruzou todas as linhas vermelhas”.
“Este ataque cruzou todas as linhas vermelhas e Israel reserva o direito legal de retaliar. Após um ataque tão maciço e direto contra Israel, o mundo inteiro, muito menos Israel, não pode se contentar com a inação. Defenderemos nosso futuro”, disse Erdan.
Mais cedo, o ministro do gabinete de guerra de Israel, Benny Gantz, afirmou que Tel Aviv vai criar uma coalizão regional contra a ameaça iraniana e responderá ao ataque “no momento certo e da forma apropriada”.
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Ministro do Gabinete de Guerra de Israel, Benny Gantz, afirmou que Tel Aviv vai criar uma coalizão regional contra a ameaça iraniana
Os Estados Unidos, maior aliado de Israel em sua ofensiva na Faixa de Gaza, adiantou que não “quer ver uma intensificação da crise no Oriente Médio” ou “uma guerra mais ampla com o Irã”, em declaração do porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby
Na contramão, o jornal norte-americano The Wall Street Journal apontou que “as autoridades dos EUA e do Ocidente esperam que Israel responda rapidamente aos ataques iranianos, possivelmente já nesta segunda-feira”.
Por sua vez, o Irã já alertou Israel a não contra-atacar uma vez que sua ofensiva foi em resposta ao primeiro ataque de Israel: quando atingiu a embaixada iraniana na Síria em 1º de abril.
Dois dias após o lançamento dos mísseis e drones contra o território israelense, o governo do Irã adiantou nesta segunda-feira (15/04) que caso Israel realize novas agressões, haverá uma “resposta mais forte”.
Segundo o ministro iraniano das Relações Exteriores, Hossein Amir-Abdollahian, o ataque de sábado (13/04) foi apenas uma “advertência” para “desencorajar o regime sionista”. “Mas se Israel tomar uma nova ação contra o Irã, terá de enfrentar uma resposta muito mais forte”.
(*) Com Ansa e Sputnik