O partido do presidente da Bolívia, Evo Morales, conseguiu vencer em um departamento que era tradicional reduto da direita: Pando, no extremo norte do pais. Embora a Justiça tenha decretado que cinco seções eleitorais terão de repetir a votação no dia 18, a apuração oficial de votos garante a vitória do MAS (Movimento ao Socialismo) na eleição para governador, segundo o jornal La Razón (de oposição).
Com a vitória confirmada nesta quinta-feira (8/4), o MAS consegue a proeza penetrar a chamada “meia-lua”, o conjunto dos departamentos na metade leste do país onde os partidos conservadores tinham hegemonia até agora.
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O presidente do Tribunal Eleitoral Departamental (em espanhol, CDE) de Pando, Gonzalo Vargas, declarou ao La Razón que o candidato do MAS, Luis Flores, é o novo governador eleito, segundo dados parciais da apuração. O resultado não pode mais ser revertido.
“A repetição dos votos em cinco seções não vai incidir nos resultados das eleições, mas será cumprida. Eles [o MAS] já estão festejando e assim se ratificaria a vitória”, afirmou Vargas.
Depois de ser informado dos resultados parciais, Luis Flores comemorou a vitória junto com a prefeita eleita de Cobija, capital de Pando, Ana Lucia Reyes.
“Respetou-se o que o povo pandino quer: um processo de mudança que leve ao desenvolvimento do departamento”, disse o governador eleito.
Separatismo
Em 2008, o então governador de Pando, Leopoldo Fernández, da oposição, foi preso pelo exército por envolvimento em um massacre. Na época, a oposição alegou que a prisão tinha motivações políticas, já que Fernández apoiava a causa da “autonomia” da região da meia-lua.
Também hoje, o porta-voz do MAS, Jorge Silva, disse que os governadores e prefeitos envolvidos em casos de corrupção e separatismo não receberão recursos do governo nacional.
“Cada municipio, cada departamento, tem suas próprias receitas e outros recursos. Com isso, as autoridades departamentais vão ter de executar seus programas de desenvolvimento local. Algumas atividades que tiverem a ver com o gobierno nacional definitivamente não serão realizadas. Não se pode governar com pessoas comprometidas com separatistas”, justificou.
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