Luis Arce, candidato a presidente da Bolívia pelo MAS (Movimento ao Socialismo), enviou nova carta à presidente interina do país, Jeanine Áñez, desta vez para que o governo solicite apoio da República Popular da China, para cooperação ao povo boliviano contra o covid-19, já que a China teve avanços significativos no combate à pandemia de coronavírus.
O governo chinês anunciou nesta sexta-feira que não há novos registros de transmissão local de coronavírus no país pelo segundo dia consecutivo. Também houve uma queda significativa no número de mortes, graças às medidas tomadas pelo governo daquele país.
Segundo os governantes chineses, o país ampliará a cooperação internacional e regional e compartilhará com os demais países sua experiência na prevenção e controle da pandemia.
O pedido de Arce ao governo transitório foi realizado por meio de carta, no último dia 19, divulgada também em sua conta no Twitter, assim como já havia feito no dia 17, em relação ao governo cubano.
No entanto, o Ministério da Saúde da Bolívia recusou-se a pedir ajuda de Cuba para combater o coronavírus, como sugeriu Arce. Segundo o ministro da Saúde, Anibal Cruz, a recusa foi “para não politizar a questão da pandemia”.
Reprodução/Twitter
Arce quer que governo da Bolívia peça apoio à China contra coronavírus
Na nova correspondência, Arce afirma que as diferenças ideológicas devem ser colocadas de lado, pondo em primeiro lugar a vida do povo boliviano, na certeza e nas garantias na prevenção, atenção e no tratamento do covid-19.
Para o candidato a presidente pelo MAS, é fundamental fortalecer os laços de irmandade com todos os povos do mundo. No documento, Luis Arce pediu que “se realizem os acertos necessários com o governo chinês.”
Toque de recolher
Após o governo interino definir, no último dia 17, medidas restritivas para a população como suspensão de transporte interprovincial e interdepartamental (exceção aos de carga para abastecimento); redução da jornada de trabalho (8h às 13h), transporte urbano até as 16h e circulação restrita de veículos e pessoas das 18h às 5h – que valerão até 31 de março, as cidades do país têm ficado desertas após esse horário.
Nos supermercados, que também entraram na medida e só podem funcionar até as 15h, há um funcionário na porta para colocar álcool gel nas mãos dos consumidores antes de entrar no estabelecimento. Também houve um reforço policial em frente a esses comércios.
O país tem 16 casos (até 20 de março) confirmados e mais um em Santa Cruz à espera do resultado laboratorial. Havia 145 casos suspeitos, dos quais 95 foram descartados.
Leia íntegra da carta
(*) Com enviados especiais à Bolívia