A Agência Italiana de Remédios (Aifa) suspendeu nesta terça-feira (26/05) a autorização do uso da hidroxicloroquina no tratamento de pacientes que contraíram o novo coronavírus (Sars-CoV-2).
A droga só poderá ser usada no âmbito de estudos clínicos conduzidos em hospitais ou em domicílio.
Segundo a Aifa, a medida foi tomada por conta das novas evidências clínicas sobre a utilização da hidroxicloroquina, incluindo um aumento do risco de reações adversas ante “benefícios escassos ou ausentes”, e que os medicamentos experimentais indicados são monitorados constantemente.
“Em particular, a hidroxicloroquina, como há falta de indicação terapêutica específica para a covid-19, foi tornada disponível [para tratamento] levando em conta evidências científicas preliminares em pacientes covid- 19 e perante um perfil de toxicidade que parecia consolidado nos usos clínicos já autorizados para o tratamento crônico das doenças reumáticas. A posição da Agência foi, portanto, aquela de testar o uso, com dosagem e tempo indicado nos protocolos, no contexto de uma acurada avaliação da relação risco/benefícios nos casos”, diz a nota oficial.
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Itália também suspendeu uso da hidroxicloroquina contra coronavírus
A agência ainda reforçou que nunca recomendou o uso da hidroxicloroquina como forma de prevenir a covid-19 e que o medicamento deve continuar sendo usado normalmente em pacientes que já usam a droga para curar doenças reumáticas. A nota ainda destaca que até o momento não foi registrado no país “um aumento no risco de reações adversas ” nos pacientes que usaram o remédio.
O anúncio vem poucas horas depois de uma decisão similar tomada pela França.
Ambas têm como base um estudo divulgado na última sexta-feira (22/05), na revista científica The Lancet, com 96 mil pacientes, que mostrou que o uso da hidroxicloroquina e da cloroquina, além de não ajudar na cura da doença, aumentava o risco de morte e de arritmias cardíacas graves.
Nesta segunda-feira (25/05), a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou a suspensão temporária dos testes clínicos com a droga até uma análise mais ampla sobre a segurança do medicamento.
Ressaltando que a suspensão se aplicava apenas nos casos da covid-19, a OMS ressalta que a droga é segura nos tratamentos em que já é usada – como no caso da lúpus e da malária.