O novo embaixador do Brasil na Colômbia, Júlio Bitelli, que chegou a Bogotá para assumir o posto no último sábado (15/10), disse na noite de terça-feira (18/10), durante seu primeiro compromisso oficial como embaixador, que o acordo de paz entre o governo colombiano e as FARC (Forças Armadas Revolucionárias Colombianas) beneficiaria a relação do país com o Brasil.
“A pacificação da Colômbia abre um espaço importante em inúmeros campos, por exemplo, na cooperação para agricultura, no agronegócio, que tem muito a oferecer. Já temos mais de 60 empresas brasileiras aqui e a nossa intenção é aumentar essa presença, assim como trazer investidores colombianos para o Brasil”, disse Bitelli durante a inauguração do Instituto de Cultura Brasil-Colômbia (Ibraco).
Felipe Portilla/Divulgação Apex-Brasil
Novo embaixador do Brasil na Colômbia, Júlio Bitelli, disse que paz no país pode beneficiar relações bilaterais
Apesar de o acordo de paz, assinado em setembro, ter sido rejeitado em plebiscito pelos colombianos no início de outubro, o Brasil continua apoiando o cessar-fogo permanente entre as partes e considera o resultado do plebiscito apenas um percalço no processo. “Entendemos que o resultado do plebiscito de maneira nenhuma significa uma rejeição à paz, entendemos que é uma decisão soberana do povo colombiano, mas vemos sinais muito promissores imediatamente pós-plebiscito, em que os atores demonstraram que a opção não é voltar à guerra, mas sim trabalhar em cima dos acordos para torná-los melhores”, diz Bitelli.
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O ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, estará na Colômbia na próxima semana para participar da Cúpula Ibero-Americana e, segundo o embaixador, deverá reiterar o apoio brasileiro ao acordo de paz. “Apesar de ele vir para uma reunião que é multilateral, sempre é uma ocasião para buscar formas de aprofundar a relação e será também uma oportunidade de manifestar, uma vez mais, o apoio do Brasil ao processo de paz”. Para Bitelli, o susto com o resultado do plebiscito – que rejeitou o acordo com 50,2% dos votos válidos – foi maior que os efeitos práticos da decisão.
Convergência
O novo embaixador está empolgado com a possibilidade de ampliar os negócios entre Brasil e Colômbia, apesar do distanciamento histórico dos dois países, e diz que “os ventos estão soprando para uma convergência maior”.
“Você tinha na América do Sul parceiros mais óbvios do Brasil e que tinham uma relação mais intensa, até por razões históricas. Curiosamente, os nossos vizinhos do norte são considerados historicamente mais distantes e, quando a gente pensa em vizinhança, pensa em Argentina, Uruguai, Paraguai. Mas isso mudou muito nos últimos tempos, a Colômbia é um país que tem crescido muito, de grande dinamismo, e acho que o Brasil está pronto para aprofundar essa relação com a Colômbia”, avalia.
*com Agência Brasil