O Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (Ocha) descreveu, nesta sexta-feira (02/02), a superlotada cidade de Rafah, destino de milhares de habitantes de Gaza que fogem das intensas hostilidades em Khan Younis, como uma “panela de pressão do desespero”.
O alerta do gabinete surge quase quatro meses após o início da campanha de bombardeamentos de Israel em resposta aos ataques liderados pelo Hamas, em 7 de Outubro.
O porta-voz da instituição, Jens Laerke, informou que a cidade fronteiriça com o Egito já abriga “mais de metade da população de Gaza“, que é de 2,3 milhões de pessoas.
Apesar de Rafah ser o destino de muitos palestinos, a região não está livre de bombardeios israelenses. De acordo com Laerke, as pessoas “vivendo em estruturas improvisadas, tendas ou ao ar livre”.
UNRWA/Twitter
Apesar de Rafah ser o destino de muitos palestinos, aegião não está livre de bombardeios israelenses
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 100.000 pessoas em Gaza “estão mortas, feridas ou desaparecidas e presumivelmente mortas” como resultado de bombardeamentos e combates em terreno.
Neste dado, 60% das 27.019 mortes relatadas pelas autoridades de saúde de Gaza foram mulheres e crianças. Além disso, mais de 66 mil feridos precisam de cuidados médicos que continuam de difícil acesso.
Destacando a tarefa “extremamente desafiadora” de reabastecer hospitais e centros médicos em todo a região devastado pela guerra, o representante da OMS na Palestina, Rick Peeperkorn, explicou que das 15 missões de saúde planejadas para janeiro, apenas três puderam ser realizadas. Quatro foram impedidas por vias intransitáveis, uma adiado e oito negadas .
“A falta de garantias de segurança e de corredores humanitários em Gaza tornam a realização segura e rápida de operações humanitárias cada vez mais difícil”, explicou, adicionando que “a falta de abastecimento aos hospitais poderia desmantelar o sistema de saúde”.
(*) Com ONUNews